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50 Anos de Rádio: “se precisasse, eu faria tudo de novo”, diz Ávila

Lívia Gaertner em 06 de Dezembro de 2010

Anderson Gallo

"Eu não vivo sem o rádio. Eu já me aposentei e continuo trabalhando", disse radialista

Pai por nove vezes, sendo 8 filhas e 1 filho, Ávila é avô de 16 netos e bisavô por 4 vezes.  Ele se diz um homem realizado e feliz por  sempre contar com o apoio da família. “Minha família me apóia até hoje, tenho uma filha advogada, outra que está na faculdade, tenho uma de 13 anos estudando, minha esposa é excelente. Sou feliz”. Em cinco décadas de rádio, passando por muitas emissoras ao longo do país, Antônio Ávila conheceu e conviveu com muitos profissionais, porém sem vacilar, de imediato, responde o nome daquele que considera um verdadeiro companheiro. “Jonas de Lima é mais que um amigo, é um irmão de verdade. Nesse meio que há tanto ego, ele é um companheiro mesmo”, disse emocionado.

Aliás, foi o Jonas que criou um apelido pelo qual Ávila é bastante conhecido. O problema é sair ileso ao chamá-lo de “Xuxa Preta”. “Foi em 1986 que ele me arranjou esse apelido e ficou porque eu xingo a mãe do cara, não quero saber quem é, se é comandante de polícia, se é advogado, se é médico, se é prefeito, xingo mesmo. Às vezes nem sei quem falou, mas a mãe dele já dançou”, disse de forma descontraída.

A presença de Ávila nos microfones de rádios da cidade é tão marcante e de longa data que quando, por motivos diversos, ele não comparece aos estúdios e não é visto pelas ruas, surge o boato da morte dele que, por sinal, tornou-se folclórica na região.

“É que a gente convive com essa população maravilhosa. Eu que tive problema de saúde, fiz ponte de safena, angioplastia, já passei por situações difíceis, mas os amigos sempre estiveram do meu lado. Já me acostumei com isso de 'morrer' várias vezes”, declarou.

“Rádio é cachaça”

“Eu não vivo sem o rádio. Eu já me aposentei e continuo trabalhando. Acho que se seu deixar o rádio, eu vou sofrer. Eu trabalho o dia todo, faço reportagens em todos os cantos da cidade. Onde eu chego é festa, nós nos tornamos um ídolo para a população. Eles me ligam e tenho aqui uma anotação de falta de água, outro é um buraco na rua, outro tem que procurar fulano de tal que está perdido. O rádio é assim”, diz Ávila sobre o veículo de comunicação onde se consagrou.

Num rápido balanço dos 50 anos de profissão, o radialista se diz realizado e disposto, caso preciso, a reescrever sua história construída até agora.

“Passou tão rápido que nem percebi. Eu fui dar uma olhada nas carteiras de trabalho que tenho e vi 1960, 17 de setembro, como passou rápido! Já estamos em 2010. Valeu a pena, se precisasse, eu faria tudo de novo. Me aventurei muito. Não parei onde deveria ter parado para trabalhar, mas chegando aqui (Corumbá) parei. Definitivamente, aqui é meu porto seguro. Eu não saio daqui por dinheiro nenhum. O que eu não encontrei em grandes cidades, em outros estados, eu encontrei nessa cidade de 100 mil habitantes. Corumbá, a cidade, pra mim, mais bela do Brasil”, afirmou o radialista que já está há cerca de 30 anos na Rádio Difusora, onde comanda pela manhã um programa informativo musical.

Leia mais: Antônio Ávila: uma vida dedicada à informação

Galeria: Antônio Ávila

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