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Especialistas tentam capturar onça que matou caseiro no Pantanal

Da Redação em 23 de Abril de 2025

Álvaro Rezende/Secom MS

Coronel José Carlos Rodrigues e o secretário-executivo de Meio Ambiente, Artur Falcette

O Governo de Mato Grosso do Sul busca capturar a onça-pintada que matou o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, no pesqueiro Touro Morto, para analisar seu comportamento no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande. A ação é tratada como prioridade após o felino retornar ao local do ataque, no Pantanal sul-mato-grossense.

A informação foi confirmada pelo secretário-executivo de Meio Ambiente, Artur Falcette, durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (23). Segundo ele, o animal demonstra comportamento incomum e a análise no CRAS poderá esclarecer as causas da agressividade. “É uma demonstração muito atípica, sem recorrência nesse tipo de situação”, afirmou.

A Semadesc acionou o professor Gediendson Ribeiro de Araújo, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), considerado um dos maiores especialistas no manejo de onças no país. Ele acompanha a Polícia Militar Ambiental na busca. A onça, um macho com peso estimado entre 90 e 100 quilos, foi avistada novamente na área do pesqueiro, entre Miranda e Aquidauana.

Prevenção

Artur explicou que a captura é essencial para entender o caso. “A captura vai ajudar a preencher algumas lacunas sobre como foi esse encontro, e especialmente os motivos que levaram o animal a esse comportamento tão atípico.”

Nesta quarta-feira), as câmeras de segurança instaladas no local, além de vídeos e fotos que registram a rotina dos animais nas proximidades da sede, serão encaminhadas para perícia. O material pode ajudar a esclarecer o comportamento da onça-pintada e fornecer pistas sobre os momentos que antecederam o ataque. A expectativa é de que os primeiros resultados da análise estejam disponíveis nos próximos dias.

Após a captura, o animal será levado ao CRAS, onde passará por exames clínicos e comportamentais. Depois disso, ele poderá ser transferido para um dos centros credenciados pelo programa federal de manutenção de animais silvestres que se envolveram em incidentes com humanos.

Reprodução/Rede Social

Imagens registradas nesta 4ª feira mostram que o animal retornou ao pesqueiro após o ataque

A PMA também reforçou que nenhuma ação de retaliação à onça será tolerada. “Matar animal silvestre é crime. Se isso acontecer, quem o faz será responsabilizado. É o Estado que está tomando providências para capturar e estudar o animal, para evitar outros fatos dessa natureza”, afirmou o coronel José Carlos Rodrigues.

“Uma das poucas certezas até o momento é a de que havia oferta de alimento, conhecido como ceva, para atrair animais silvestres no local. A prática, além de configurar crime ambiental, é extremamente perigosa, pois pode provocar alterações no comportamento natural dos animais, destacou o comandante da PMA.

Felino já retornou

Desde a morte de Jorge Ávalo, na madrugada de segunda-feira (21), a onça foi vista mais vezes na área. Na noite de terça (22), destruiu a tela de proteção e invadiu o espaço onde o caseiro costumava limpar peixes. No dia anterior, durante o resgate dos restos mortais, o animal reapareceu e atacou um dos homens. Houve disparos e a onça fugiu.

O corpo de Jorge foi encontrado parcialmente devorado, a cerca de 300 metros do local do primeiro ataque, na região do encontro dos rios Miranda e Aquidauana.

Os especialistas reforçam que não há motivo para pânico e que todas as medidas de segurança estão sendo adotadas. As equipes permanecem na região, atuando de forma cuidadosa e coordenada para garantir a proteção da população e o manejo adequado do animal.

Com informações do site Campo Grande News e Agência de Notícias do Governo de MS.