Campo Grande News em 18 de Fevereiro de 2025
Gabriela Couto/Campo Grande News
Elaine, Fernanda, Analu, Mariane, Rafaela, Karen e outras delegadas da Deam
A renúncia em massa ocorre em um momento de grande pressão sobre a Deam, especialmente após a polêmica envolvendo a atuação no caso Vanessa Ricarte, assassinada pelo ex-noivo, Caio Nascimento. O documento coletivo foi assinado em solidariedade após o afastamento de três delegadas durante as investigações sobre o atendimento à jornalista.
O afastamento das delegadas Elaine Benicasa, titular da especializada, Riccelly Donha e Lucélia Constantino, que atenderam Vanessa, foi anunciado nesta terça-feira (18), após reunião emergencial convocada pela Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) para tratar do assunto, na tentativa de evitar um colapso no atendimento às mulheres vítimas de violência.
A crise também tem repercussão política, com o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, deputado Gerson Claro (PP), admitindo falhas no sistema e a necessidade de mudanças estruturais urgentes.
Após a reunião, a notícia do afastamento de três das delegadas da unidade, sendo a titular Elaine Benicasa e das duas que atenderam Vanessa, Riccelly e Lucélia, durante as investigações, fez com que as demais colegas assinassem o pedido coletivo de afastamento da delegacia especializada.
A investigação sobre o acolhimento da Deam foi tema central de uma reunião entre os três poderes, que durou mais de três horas. Durante o encontro, parlamentares discutiram medidas para melhorar a proteção das mulheres, incluindo a criação de um batalhão especializado para cumprimento de medidas protetivas e a ampliação da participação feminina nos concursos da segurança pública.
O caso de Vanessa Ricarte, que chegou a pedir medida protetiva contra o ex-noivo na madrugada de sua morte, mas teve o pedido oficializado apenas à tarde, reforçou as críticas à demora na resposta das instituições. Segundo relatos, uma delegada teria sugerido que Vanessa entrasse em contato com o agressor para que ele deixasse a residência, o que gerou revolta e questionamentos sobre os protocolos seguidos pela Deam.
O deputado estadual Paulo Duarte (PSB) defendeu a ampliação do efetivo da Patrulha Maria da Penha e o aumento de agentes para a escolta de mulheres em situação de risco. Ele também propôs campanhas de conscientização sobre feminicídio e machismo nas escolas, mas admitiu resistências a essa iniciativa.
Os desdobramentos da crise na Deam seguem em andamento, com a Sejusp tentando reverter as demissões e estruturar um plano emergencial para garantir a continuidade dos atendimentos. O governo estadual ainda não se pronunciou oficialmente sobre as renúncias coletivas nem sobre possíveis mudanças nos protocolos da delegacia especializada.
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