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"Tentou me pedir socorro", diz irmã de mulher assassinada ao negar sexo

Campo Grande News em 23 de Abril de 2024

Direto das Ruas/Campo Grande News

Acusado de matar Cristiane em camburão da PM

O sentimento da família de Cristiane Eufrásio Millan, 42, é de revolta. "Tentou me ligar para pedir socorro", disse a irmã da mulher, que foi assassinada com mais de 30 facadas ao se negar a fazer sexo com Sérgio Guenka, 52, na casa dele, no bairro Santo Antônio, em Campo Grande. Sérgio dormiu com o corpo de sábado (20) até segunda-feira (22). 

A irmã de Cristiane conversou com a reportagem na manhã desta terça-feira (23) e pediu para ter o nome preservado. Ela explicou que Cristiane não era garota de programa, como divulgado de acordo com o relato do homem à Polícia Militar, mas sim trabalhava com depilação masculina, atendendo em um espaço e também em domicílio. 

Sérgio era cliente de Cristiane e já chegou a ser agressivo durante um dos atendimentos no espaço da profissional. Após o episódio, a irmã teve desentendimento com ele e o expulsou do local. "Eu ficava com ela durante os atendimentos porque tinha medo que alguma coisa pudesse acontecer", disse a irmã. A familiar acredita que Sérgio agiu por vingança após esse desentendimento.

Então, naquele sábado, chamou Cristiane para atender na casa dele. A profissional foi até o imóvel, na Avenida Presidente Vargas, onde foi assassinada. "Ele tirou metade de mim e nem me deu a oportunidade de segurar na mão dela, nem de me despedir. O último momento em que vi minha irmã foi pelas imagens da câmera de segurança, quando estava saindo de casa", lamenta.

Reprodução/Facebook

Cristiane, que foi morta a facadas em Campo Grande

A irmã conta que chegou a procurar Cristiane, mas não a encontrou. Só teve notícias após descobrir a morte, na segunda-feira. "Eu desbloqueei o celular dela junto com os policiais e vi que ela tinha tentado pedir socorro, ela tinha tentado ligar para mim. Ele dormiu por dois dias ao lado do corpo da minha irmã, como ele conseguiu fazer isso? Depois que passou o efeito da droga, viu o que tinha feito", completa a irmã.

Sérgio afirmou para a Polícia Militar que contratou Cristiane para serviços sexuais, o que não é confirmado pela família. "Ela trabalhava com tudo, fazia unha, frete, sempre falava que tinha que trabalhar para sustentar a família. Tudo que precisávamos podia contar com ela. O que me chateia são os comentários que estão fazendo sobre ela, as mentiras que estão falando", desabafa.

Agora, a irmã lamenta ter perdido a única confidente. "Eu era carne e unha com ela, onde eu ia, ela estava junto, seja para as pequenas ou grandes coisas".

O crime

Sérgio alegou para a Polícia Militar que contratou os serviços sexuais de Cristiane no sábado (20). Contudo, quando a mulher chegou na casa e viu o cliente, teria afirmado que não faria o programa sexual porque achou o homem "muito feio". À Polícia Militar, Sérgio relatou que "surtou" com a ofensa e pegou uma faca, desferindo vários golpes na vítima. 

Somente na manhã de segunda-feira (22), foi que ligou para a irmã dele e afirmou que tinha matado uma mulher. A irmã, inicialmente, não acreditou, mas comunicou a polícia. Os militares chegaram na casa e localizaram a vítima no chão do quarto, ferida por diversas facadas.

"Crime com requintes de crueldade e a vítima aparenta ter morrido há pelo menos um dia, pois o corpo já estava em início de decomposição", disse o tenente dos bombeiros, Carlos Alex Sanchez.