Chuva dificulta ainda mais a situação de moradores afetados pelo vendaval

A manhã seguinte ao temporal que deixou estragos em Corumbá e a morte de um menino, não está sendo fácil para as pessoas que tiveram casas destelhadas pelos ventos que tiveram rajadas de mais de 90 km/h. Desde cedo, chove na cidade, o que acaba dificultando ainda mais a situação das famílias afetadas.

No loteamento Buriti, região conhecida coo Jatobazinho, na parte alta de Corumbá, área atingida de forma mais severa, apartamentos de alguns blocos foram totalmente destelhados.

A moradora Cristiana Ferreira Bezerra, de 51 anos, que vive em um dos apartamentos atingidos, junto com a filha de 17 anos e sua cadelinha, relembrou o momento de tensão que viveu.

“Quando percebi que iria 'engrossar' a chuva, peguei minha cachorrinha, a coloquei na casinha e a deixei com o vizinho lá embaixo. A minha janela da cozinha estava aberta, foi quando vi que começou um redemoinho, de repente, acabou a luz, a chuva engrossou, veio o vento forte e começou a levar tudo, o telhado foi arrancado”, contou Cristiana ao Diário Corumbaense.

Uma vizinha subiu rápido até o apartamento dela. “Veio a vizinha do lado, para me ajudar, mas a água estava entrando na casa. Nosso único medo na hora é que o teto desabasse, a estrutura viesse ao chão. Foi tudo muito rápido. Chorei muito, tem muita gente que perdeu muitas coisas, meus armários estufaram tudo. Ainda temos medo, porque não sabemos como está a estrutura do prédio, mas não dá para deixar aqui, temos que cuidar das nossas coisas”, falou.

Já Uzias Silva Moreira, que mora ao lado de Cristiana, não estava no momento do temporal e ao chegar, se deparou com toda a cena.

“Estava no trabalho, me ligaram e de lá saí desesperado. Quando cheguei e vi como estava destruído o condomínio, o desespero foi maior. Alguns móveis foram molhados, sofá, cama. Foi assustador tudo que ocorreu. Essa noite fiquei sem luz, começou a vazar na fiação, estava dando curto e com essa chuva que cai agora dá um medo”, relatou o morador.

São 25 blocos, desses, pelo menos 17 apartamentos sofreram algum dano material na cobertura, apontou a Defesa Civil, totalizando seis blocos atingidos. Até ontem à noite, cinco famílias ficaram desabrigadas, com casa sem condições de habitação, mas não foi necessário remoção para abrigos, porque elas preferiram ficar em casa de parentes. 

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