G1/Campinas em 10 de Julho de 2022
Reprodução/Redes Sociais
"Rei do PIX": modalidade se espalha pela internet e promete multiplicar ganhos de quem faz a transferência
Ao G1, um dos perfis intitulados como "Rei do PIX" garante que o esquema "não tem risco algum", e que uma transferência de R$ 450, por exemplo, assegura um retorno de R$ 8 mil na conta. "Nosso dever é preservar a segurança de nosso cliente e a sua conta!", diz a mensagem via aplicativo.
Carlos Afonso Gonçalves da Silva, delegado da divisão de crimes cibernéticos da Polícia Civil de São Paulo, destaca que o crime, apesar de ser disseminado pela internet, nada mais é que uma roupagem moderna dos velhos esquemas de pirâmides, que chegavam a prometer essa multiplicação de ganhos até por cartas.
"Não existe dinheiro fácil'
Em alguns casos, explica a Polícia Civil, os repasses iniciais são realizados, para ganhar a confiança de quem deposita dinheiro lícito para receber mais dos criminosos. Mas assim que as apostas crescem, o tombo ocorre.
Em São Paulo, a delegacia que investiga crimes cibernéticos apura o caso de uma senhora que perdeu R$ 35 mil no esquema do "PIX multiplicador". Depois de obter retorno com transferências de valores menores, como R$ 100 e R$ 500, a mulher sentiu confiança e avançou no acordo, acumulando um prejuízo enorme.
"O problema é que as pessoas acreditam em vantagem fácil. Tem um link falando para clicar aqui por dinheiro, e as pessoas não pensam duas vezes. Os golpes acabam sendo os mesmos, só mudam de plataforma", destaca Siva, para emendar: "O que as pessoas deveriam fazer é se questionar. O cara está dizendo que se eu deposito R$ 100, eu ganho R$ 200. Por que eu faria isso? Por que ele vai me dar R$ 100?"
Segundo Silva, crimes como o Rei do PIX geralmente são subnotificados porque as pessoas que perdem dinheiro, geralmente por terem ciência de que se trata de um ganho ilegal, dificilmente procuram a Polícia Civil para dar queixa.
"É quase o mesmo que o ladrão de banco registrar um boletim de ocorrência que não conseguiu roubar porque a agência tinha alarme", compara Silva.
Responder por crimes graves
Mais do que alertar para que as pessoas não caiam nessa oferta fantasiosa, a Polícia Civil lembra que quem participa do esquema e chega a receber os recursos multiplicados, todos oriundos de atividades criminosas, também pode responder pelo mesmo crime em que o dinheiro foi obtido.
"Sempre vai depender do crime original investigado, que pode ir desde uma clonagem de conta, que configura furto qualificado, até extorsão mediante sequestro, quando uma pessoa é obrigada a passar o PIX para o criminoso que vai usar nesse golpe. Quem receber esse dinheiro, responde igualmente. A pessoa vai perder patrimônio e vai cumprir pena", alerta o delegado.
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