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Corumbá pode conquistar prêmio milionário com projeto finalista em competição internacional

Caline Galvão em 21 de Outubro de 2016

Corumbá participa na próxima semana da etapa final da competição internacional Mayors Challenge em Miami, nos Estados Unidos. O evento, que acontece nos dias 24 e 25, é uma premiação realizada pela fundação Bloomberg Philanthropies, pertencente ao ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, que reconhece prefeitos que toparam o desafio de produzir projetos inovadores e desafiadores, principalmente tendo como base a sustentabilidade. Neste ano, a região do mundo escolhida para o desafio foi a América Latina e o Caribe. Corumbá concorreu com 300 cidades dessa região do planeta e ficou entre as vinte finalistas.

Divulgação

Equipe de Corumbá em Bogotá, Colômbia, durante primeira fase presencial da competição

Do Brasil, além de Corumbá, Rio de Janeiro, Barueri, Curitiba e São Paulo também são finalistas. Do exterior concorrem as cidades de Valdívia, Santiago (Commune), Pudahuel e Estação Central, todas no Chile; Tuxtla Gutiérrez, Tlalneplanta de Baz e Guadalajara que são cidades mexicanas; Milagro, situada no Equador; Medellín e Bogotá, ambas da Colômbia; a cidade de Kingston, na Jamaica; Godoy Cruz localizada na Argentina; Cabo Haitiano no Haiti; Caracas, capital da Venezuela; e Assunção, capital do Paraguai.

O projeto de Corumbá que está concorrendo ao prêmio consiste em atenuar os efeitos negativos da mineração e explorar o potencial dos resíduos a serem usados em tudo, desde a construção de casas de baixo custo à melhoria das áreas públicas. A cidade reciclará os resíduos em materiais de construção (como lajotas para calçadas ou pavimentação, tijolos, telhas etc.) para criar oportunidades econômicas. Os internos das penitenciárias de regime semiaberto de Corumbá criariam a maioria do material, fornecendo empregos e remunerações que poderiam facilitar seu retorno à sociedade.

“Até asfalto pode sair também, mas nossa proposta, a princípio, são lajotas. Incluímos esse projeto junto com o nosso plano de mobilidade urbana que fizemos junto com a FUPHAN e neste plano há várias ruas para serem lajotadas, são 150 alamedas, fora a parte de ciclovias que podem ser feitas com lajotinhas diferentes, oitavadas”, explicou ao Diário Corumbaense a vice-prefeita Márcia Rolon, líder do projeto.

A inspiração para o desenvolvimento da ideia foi a tragédia de 2015 em Mariana/MG que enfatizou a necessidade de agir de forma rápida e eficiente. Em Mariana, pelo menos 17 cidadãos perderam suas vidas e muitos mais ficaram feridos quando uma barragem cheia de subprodutos da mineração de ferro arrebentou, espalhando lama tóxica por toda a cidade.

Competição oferece de um a cinco milhões de dólares às cidades vencedoras

Corumbá apresentou esse projeto competindo com cerca de 300 cidades de toda a América Latina e Caribe. O projeto do município pantaneiro ficou entre os vinte melhores e se tornou um dos finalistas. Ele foi apresentado em Bogotá, na Colômbia, na primeira fase presencial da premiação, em julho. Para aquele país, viajou parte da equipe do projeto que tem como líder a vice-prefeita Márcia Rolon. Com ela, viajaram Lívia Gaertner como representante da comunicação; Marcelo Antunes, que faz parte do projeto como engenheiro e Wellington Vidaurre, do Instituto Transformar, que é ONG parceira compromissada em implementar projetos sociais por meio de ações que estimulem o desenvolvimento sustentável. Bruno Vasconcellos, representante da mineradora Vale, também da equipe, foi o único que não viajou. O projeto foi realizado através de parceria público-privada.

Engenheiro Marcelo Antunes; vice-prefeita Márcia Rolon; Wellington Vidaurre, presidente do Instituto Transformar; e Lívia Gaertner, assessora de comunicação.

“Passamos três dias em Bogotá junto com as outras equipes finalistas e agora essa etapa em Miami se chama CityLab que é um laboratório de cidades, são quarenta prefeitos empreendedores do mundo que foram escolhidos mais um representante de cada uma dessas cidades finalistas. Estaremos lá com mais convidados e no total vão comparecer uns 600 empreendedores do mundo”, disse Márcia Rolon a este Diário.

Na abertura, o idealizador da premiação, o empresário e ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg estará presente e haverá muitas discussões sobre acessibilidade e urbanismo. Durante o evento, os líderes dos projetos serão submetidos a uma bateria de perguntas, sendo a segunda banca avaliadora depois do evento na Colômbia, realizado em julho.

Dos finalistas, vencerão cinco projetos, sendo o prêmio de cinco milhões de dólares para o primeiro lugar e da segunda à quinta colocação, cada projeto ganhará um milhão de dólares. O dinheiro oferecido como prêmio tem como objetivo fazer com que os projetos possam ser efetivados em cada cidade vencedora e também para que possam ter ajuda de consultoria. O projeto de Corumbá já conta com auxílio de uma coaching de São Paulo e que acompanhará Márcia Rolon durante a viagem a Miami.

“O mais legal é que Corumbá já entrou para essa rede de destaque mundial. O prefeito Paulo Duarte já está dentro dos quarenta prefeitos mundialmente reconhecidos como prefeitos empreendedores”, afirmou Márcia Rolon.

Desde março, a Prefeitura de Corumbá está trabalhando neste projeto. “Eu acho uma responsabilidade muito grande porque se formos vencedores vamos ter ainda uma etapa muito grande para fazer. A nova gestão que vai entrar na Prefeitura vai ter que levar isso com muita responsabilidade porque é um dinheiro que vem para isso e que será feita uma prestação de contas muito forte porque é uma instituição internacional, fora isso, tenho muita alegria e muito orgulho de saber que Corumbá, mesmo concorrendo até com grandes cidades, está com uma possibilidade muito grande de ganhar porque entre todos os projetos o nosso, além de ser um projeto muito inovador, é necessário e pulsante neste momento já que todas as empresas que trabalham com rejeito de minério daqui um tempo vão ter que dar destinação a esse rejeito porque as barragens não vão mais suportar, como aconteceu em Mariana. Temos um apelo ambiental muito forte nesse projeto e temos a possibilidade de fazermos diversas coisas com rejeito de minério que hoje não é considerado nada, hoje é lixo, isso é um modelo para o mundo”, finalizou a vice-prefeita de Corumbá.