Caline Galvão em 26 de Setembro de 2016
Alguns empresários em Corumbá estão voltando a investir em seus negócios desde o começo do segundo semestre deste ano. De acordo com pesquisa realizada em todas as capitais e no interior pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a demanda por investimentos dos micro e pequenos empresários do ramo de varejo e serviços ainda é pequena, muito embora tenha crescido alguns pontos e passado de 24,20 em julho para 28,08 em agosto. Em termos percentuais, 30,1% desses empresários pretendem investir nos próximos três meses e 14% afirmam terem realizado investimentos recentes.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Farmácia foi uma forma de fidelizar clientes de funerária, incentivando mensalidades em dia em troca de descontos
Embora a porcentagem positiva seja pequena com relação à posição majoritária, onde 69,9% dos MPEs não pretendem realizar investimentos no período, o retorno das iniciativas de ampliação de negócio dos micro e pequenos empresários mostra que dentro da economia nacional a situação tende a melhorar. Para a CNDL, a retomada da economia poderá aumentar o “apetite” desses empresários por investimentos, embora o cenário seja ainda de receio.
Os investimentos prioritários daqueles que estão apostando nos negócios são com aquisição de equipamentos, maquinário e computadores (32,2%), investimento em mídia e propaganda (28,2%), ampliação de estoques (27,6%) e reforma da empresa (24,7%). Mas para realizar essas conquistas, apenas 7,6% dos entrevistados na pesquisa devem recorrer ao crédito bancário, isso porque para 44,7% desses empresários, a burocracia é o maior empecilho, enquanto para 35,5% está difícil conseguir crédito, e para 29,6% as taxas de juros são muito elevadas.
Jeice Martins Nunes de Freitas, proprietária de agência funerária de porte pequeno em Corumbá, resolveu ampliar o negócio com o objetivo de fidelizar clientes nesse período de crise econômica. A empresa, que já trabalha com diversos convênios, resolveu abrir uma farmácia utilizando capital próprio. “Nessa crise, a primeira coisa que a pessoa corta é a Pax porque pensa assim: ‘não vou morrer agora’. Então, para fidelizar os clientes, a gente resolveu investir na farmácia, oferecendo descontos reais para quem tem as mensalidades em dia”, afirmou.
Jeice acredita que o empresário não pode esperar a crise econômica passar para investir na empresa. “A gente sentiu a necessidade, não dava mais para esperar, mas é muito desafiador porque num momento de crise como este, a gente não sabe o que nos espera ali na frente, mas, na verdade, o que a gente vê com a farmácia é que conseguimos fidelizar o nosso cliente da Pax, esse é o nosso maior objetivo aqui dentro. Mantendo meu cliente pagando em dia, já é um bom negócio”, afirmou a empresária que percebe que as pessoas estão mais otimistas com relação à situação econômica do Brasil. “Ainda não está bom, tem muito para melhorar, é momento de ter muita cautela, mas eu acredito que o otimismo está começando a voltar. Só de a gente estar com esperança, isso já é um bom começo”, disse.
Divulgação
Consultório portátil vai ampliar negócios de clínica odontológica, levando o profissional às residências
Pesquisa revela que retomada da confiança econômica é gerada por estabilidade política
Empresa de consultoria de gestão de riscos divulgou, na quinta-feira (22), novo levantamento do Termômetro de Crédito que apontou que o otimismo do mercado de crédito melhorou após o afastamento definitivo de Dilma Rousseff da Presidência da República. O índice bimestral, que capta a percepção de cerca de 200 empresas, no levantamento de setembro constatou otimismo para as novas concessões de crédito e em relação ao nível da inadimplência.
O destaque foi o crescimento dos que responderam que a concessão de crédito vai melhorar. O índice passou de 16,9% em janeiro, para 34,2% em julho – na atual amostragem ficou em 41,3%. Para a empresa de consultoria, crédito tem tudo a ver com confiança. Em um processo de retomada, a confiança é o que vem primeiro e, mesmo ainda não colhendo frutos expressivos, a confiança é o primeiro sinal positivo da retomada do crescimento deste mercado.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Fábio acredita que o setor odontológico ainda enfrentará crise econômica, mas a situação deve melhorar ano que vem
No auge da crise econômica, no ano passado, resultados de pesquisas nacionais refletiam o que acontecia nos consultórios odontológicos: pacientes cortaram as idas ao dentista por falta de dinheiro. “O movimento na nossa clínica acontece mais por procedimentos rotineiros como acompanhamentos, prevenção, ortodontia, são procedimentos que o paciente vem com frequência e acabou que a gente não sentiu tanto a crise nesse setor, mas nos procedimentos que envolvem gastos maiores como próteses, implantes, reabilitações extensas, onde se tem que investir muito dinheiro, o paciente acaba pensando duas vezes”, afirmou Fábio.
Pelo que o dentista tem ouvido sobre a atual situação econômica do País, ele ainda aguarda dificuldades no setor odontológico e acredita que a crise ainda vai se estender até o próximo ano. “Eu acredito que cada dia está melhor do que ontem, mas, até onde minhas pesquisas vão e meus colegas que trabalham com economia dizem, acho que só no final do ano que vem é que as coisas vão melhorar”, acredita Fábio Carvalho.
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Microempresário do ramo da informática resolveu ampliar negócios abrindo nova loja
No ramo da informática, o microempresário Rodrigo Monteiro também resolveu ampliar seu negócio neste segundo semestre. Com empresa na Treze de Junho, ele abriu recentemente uma ramificação na rua Delamare, onde a circulação de pessoas é bem maior e o espaço mais amplo. “Primeiro resolvi ampliar a parte física da loja porque a gente trabalhava em um local de uns 40 metros quadrados e viemos para um ambiente maior, acho que três vezes o tamanho da loja antiga. Nossa intenção é realmente ampliar o negócio e diversificar um pouco o nosso comércio”, afirmou Rodrigo. Além de espaço melhor para trabalhar com conserto de celulares e materiais de informática, o empresário vai oferecer mais acessórios de informática para venda, algo que não era possível na outra loja por falta de espaço. “A gente pretende também atender mais a esse público”, disse.
Há muito tempo Rodrigo já pensava em expandir seu negócio. Ele precisou vender um imóvel para poder colocar em prática seu objetivo. “A parte de manutenção, a gente realmente sentiu que deu um salto, a área de serviços cresceu bastante e, por isso, resolvi investir mesmo nessa parte”, afirmou. O empresário espera que até o final do ano a economia do Brasil consiga melhorar. “Esse governo está pelo menos tentando estabilizar a economia e a gente espera para o ano que vem que realmente melhore e tenha crescimento. Eu acho que o governo está no caminho certo e acredito que vai melhorar”, disse o empresário.
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