Campo Grande News em 15 de Agosto de 2016
Fernando Antunes/Campo Grande News
Gilmar Olarte, ex-prefeito de Campo Grande, sendo preso pelo Gaeco
Esta é a segunda vez que Olarte é preso em menos de um ano. Em 2015, a detenção ocorreu em desdobramento da Operação Coffee Break, que apurou suspeita de fraude na cassação do prefeito Alcides Bernal (PP), em março de 2014.
Ao deixar sua residência, Gilmar Olarte negou que as acusações contra ele tenham “procedência” e disse que a ação trata-se de “perseguição política”, mas não citou quem estaria perseguido-o e por qual motivo. O mesmo disse sua esposa, lembrando que iria registrar sua candidatura a vereadora hoje.
As prisões e os mandados fazem parte da Operação Pecúnia e foram pedidas por meio da investigação que apura prática de crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica. A ação seria desdobramento da Operação Adna contra Olarte, cuja investigação atribui a ele o crime de corrupção passiva. Adna é a sigla da igreja Assembleia de Deus Nova Aliança, que, em Campo Grande, foi fundada pelo ex-prefeito.
Jail Azambuja, advogado de Olarte, afirmou que entrará com recurso, ainda hoje, para tentar reverter a prisão dos dois, que é preventiva, ou seja, tem duração de cinco dias, podendo ser prorrogado por igual período.
Para o advogado, as detenções não se justificam, pois ambos já tinham conhecimento da investigação e estavam a disposição para esclarecimentos. Também afirmou que todas as acusações são falsas, dizendo que os bens dos dois são declarados.
Ação
Ainda de acordo com o Ministério Público, as investigações começaram com a quebra de sigilo bancário de Andréia Olarte e de sua empresa, além de informações de que, entre 2014 e 2015, enquanto Gilmar era prefeito, a esposa adquiriu vários imóveis em Campo Grande, alguns em nome de terceiros.
Os pagamentos teriam sido feitos em “elevadas quantias”, fazendo-o, ora em dinheiro vivo, ora por transferências bancárias e depósitos, os quais, “a princípio, são incompatíveis com a renda do casal”.
Segundo a investigação, Andreia e Gilmar contaram com a ajuda de Ivamil Rodrigues, corretor de imóveis e que seria braço direito do casal nas aquisições “fraudulentas”. Evandro Farinelli seria a pessoa que cedia o nome para que as compras fossem feitas em nome de Andréia Olarte.
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