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Estuprada e morta, menina de 3 anos estaria sendo agredida desde dezembro

Campo Grande News em 30 de Julho de 2016

Agredida, queimada e estuprada, tudo isso, há sete meses até a morte. As investigações sobre o assassinato da menina indígena de três anos, que ocorreu na noite de quinta-feira (28), na aldeia Bororó de Dourados, ainda estão em fase preliminar. Mas a polícia já encontrou indícios de que a criança vinha sendo agredida desde dezembro de 2015, quando foi morar com os tios.

Rosiane Peixoto, 28, e o marido dela, Vanilson Espíndola Argueiro, 28, estão presos, mas negam o crime. Mesmo assim, a Justiça decretou a prisão preventiva do casal, que está na 1ª delegacia de Dourados, mas deve ser transferido para presídios neste final de semana.

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Criança teria sofrido sessões de tortura e estupro, cometidas pelos tios

Conforme informações da delegada titular da Delegacia da Mulher da cidade, Paula Ribeiro dos Santos Oruê, apesar dos suspeitos negarem, a polícia não tem dúvidas de que eles cometeram o crime. “Uma testemunha está sendo fundamental para que tenhamos certeza do fato, mas ainda queremos descobrir o motivo de tanta brutalidade”, disse.

A delegada afirma que só os laudos vão poder dizer quando as agressões à menina começaram, mas ela estava com os tios desde o dia dois de dezembro do ano passado, e testemunhas disseram que o casal escondia ou dava desculpas sobre a criança, quando alguém perguntava. “No local não há vizinhos próximos, mas agentes de saúde e pessoas que costumam acompanhar os indígenas dizem que não viam a criança e quando viam eles sempre davam essas desculpas, o que pode indicar que ela vinha sendo agredida desde então”, conta.

Ainda segundo a delegada, uma testemunha disse que a mulher colocava um pano na boca da criança para que ela não gritasse durante as sessões de tortura. “É um crime brutal, horrível, que não pode ficar impune e vamos apurar com prioridade”, disse.

Rosiane e Valnilson estão presos preventivamente, por isso a delegada tem dez dias para encerrar o inquérito. Eles devem ser transferidos para presídios até segunda-feira (01), sendo que a mulher vai para a penitenciária feminina de Jateí, cidade distante - 292 quilômetros de Dourados - e o marido dela para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados). A Polícia Civil vai ouvir agentes de saúde, do Cras(Centro de Referência de Assistência Social) da aldeia,familiares, além dos próprios suspeitos de cometerem o crime.

Brutal

Na quinta-feira, o Conselho Tutelar recebeu denúncia de que uma criança estava sofrendo maus-tratos na aldeia Bororó. Acompanhados por policiais, os conselheiros foram ao local e encontraram a menina com a mandíbula quebrada, com hematomas em todo o corpo e sinais de violência sexual. A criança foi encaminhada para o Hospital da Vida, onde morreu horas depois.

Rosiane, que é irmã da mãe da menina, e o marido, fugiram antes da chegada da polícia, mas com a ajuda de lideranças da reserva indígena os dois foram localizados no final do dia e levados para a delegacia. Eles negaram qualquer ato de violência contra a menina e disseram que os hematomas e o ferimento no queixo ocorreram porque a criança caiu da moto. Sobre os sinais de abuso sexual, a mulher alegou que dava banho na menina com bucha vegetal e que isso teria provocado as lesões.

A história não convenceu a polícia e os dois estavam sendo autuados em flagrante por tortura e estupro quando funcionários do hospital informaram que a criança tinha morrido. Rosiane e Vanilson foram então autuados em flagrante por estupro e lesão corporal seguida de morte.