Campo Grande News em 26 de Julho de 2016
Ozires Moris Lundi dos Santos Azevedo, um dos 11 suspeitos de terrorismo presos no Presídio Federal de Campo Grande, nega a acusação e, inclusive, que tenha feito juramento de lealdade ao Estado Eslâmico. A versão é da advogada Elani Laborda, que conseguiu conversar com ele na segunda-feira (25).
De acordo com as investigações, Ozires usava o nome árabe de Ali Lundi. Tem 27 anos, é casado, e tem um filho. Ele foi preso pela PF, porque estaria planejando ataques terroristas durante os jogos olimpícos do Rio de Janeiro. Segundo Laborda, em uma hora de conversa, Ozires negou qualquer participação em crimes. Disse que se converteu ao islamismo há oito anos, frequentava mesquitas, "mas jamais planejou ataques terroristas ou fez juramentos ao Estado Islâmico. E se mostrou bastante tranquilo, porque tem certeza que vai provar sua inocência", disse a advogada.
Ozires é amazonense, foi preso em Manaus na última quinta-feira (21), na casa onde morava. Segundo a PF, o suspeito trabalhou três anos no Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança), da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas. Começou como atendente e depois passou para a área de tecnologia da informação. Em maio deste ano, Ozires foi trabalhar no IBGE como agente de mapeamento.
A advogada Elani afirma que foi contratada pela família do preso na Capital do Amazonas, e desde sábado está em Campo Grande. Nesta terça, ela retorna para Manaus e vai acompanhar o processo pela internet.
Operação Hashtag
A operação, deflagrada pela Polícia Federal investiga a integração/promoção, por indivíduos brasileiros, na organização terrorista Estado Islâmico (EI). Grupos ligados ao Estado Islâmico e outras facções jihadistas, estariam armando um plano para atacar o Brasil durante as olimpíadas, colocando Mato Grosso do Sul como possível alvo do terrorismo.
O contato entre os indivíduos dava-se essencialmente por meio de redes sociais, Telegram e demais modos de comunicação virtual, espaço no qual também divulgavam ideais extremistas e de perseguição religiosa, racial e de gênero. Até agora, doze pessoas foram presas e estão presídio federal de Campo Grande.
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