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Campo Grande: 5 agentes são envenenados por presos e até água é cortada

Fonte: Campo Grande News em 20 de Abril de 2016

Até o fornecimento de água a agentes foi proibido no Estabelecimento Penal de Segurança Máxima Jair Ferreira de Carvalho, após intoxicação de cinco servidores durante café da manhã desta quarta-feira (20), feito por dois detentos da unidade, em Campo Grande. Quatro servidores foram encaminhados para o Hospital El Kadri e um, cujo estado de saúde inspira mais cuidados, à Santa Casa.

De acordo com o Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária do Estado de Mato Grosso do Sul), André Luiz Garcia Santiago, a garrafa de café foi levada à passarela que dá aceso ao pavilhão, onde ocorreu a intervenção na semana passada. “Os agentes tomaram o café e em seguida passaram mal”, diz o sindicalista.

Segundo Santiago, os servidores tiveram vômito, diarreia, pressão alta, tontura e até desmaio. A ordem é que os agentes penitenciários não se alimentem da comida confeccionada pelos internos. “A orientação é de que eles não consumam nem a água da unidade”, informa.

Fernando Antunes/Campo GrandeNews

Evenenamento dos agentes penitenciários ocorreu seis dias depois dos ataques a ônibus

O café e vários produtos da cozinha estão sendo periciados. Os presos responsáveis pelo café da manhã de hoje prestam depoimento ao delegado da 3ª Delegacia de Polícia Civil, Fabiano Nagata, que está na unidade. A suspeita é de que os presos tenham usado medicamentos controlados para intoxicar os agentes. Na garrafa de café foi encontrado um pó branco.

O presidente afirma ainda que desde ontem, agentes estão recebendo bilhetes com ameaças. O clima na penitenciaria está tenso. “São aproximadamente 2.300 internos para cerca de 7 a 8 agentes de plantão”, lamenta. O envenenamento ocorreu seis dias depois dos ataques a ônibus.

Na última quinta-feira (14), os atentados a ônibus começaram após tumulto ocorrido durante treinamentos dos agentes penitenciários recém-formados no curso de intervenção rápida na unidade. Houve reação dos presos e um deles, Bruno de Melo Garcia, 19 anos, teria ordenado que fossem feitos os ataques. No total, dez pessoas acusadas de envolvimentos estão detidas. Em cinco dias, três ônibus foram queimados e um apedrejado.

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