Agência Brasil em 18 de Abril de 2016
Um dia após a Câmara dos Deputados aprovar a abertura do seu processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff disse que se sentiu indignada e injustiçada com a decisão. Ela reafirmou que o processo não tem base de sustentação, repetindo que não cometeu crime de responsabilidade. Dilma contou que assistiu a todas as intervenções dos deputados durante a votação e não viu “uma discussão sobre o crime de responsabilidade, que é a única maneira de se julgar um presidente no Brasil”.
“Injustiça sempre ocorre quando se esmaga o processo de defesa, mas também quando, de uma forma absurda, se acusa alguém por algo, primeiro, que não é crime, e segundo, acusa e ninguém se refere a qual é o problema”, disse.
Recorrendo à Constituição, a presidente disse que o impeachment está previsto, mas “é necessária existência de crime de responsabilidade, para que a pessoa possa ser afastada da Presidência da República”. Ao repetir várias vezes a palavra injustiça, Dilma disse que poderia bater em apenas uma tecla, de que não há crime, mas afirmou que é importante porque “é a tecla da democracia”.
"Os atos pelos quais me acusam foram praticados por outros presidentes antes de mim e não foram considerados atos ilegais ou criminosos. Portanto, quando me sinto indignada e injustiçada, é porque a mim se reserva um tratamento que não se reservou a ninguém. Atos baseados em pareceres técnicos. Nenhum deles beneficia a mim diretamente. Não são atos praticados para que eu enriquecesse indevidamente", afirmou.
Fazendo menção indireta ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, ela afirmou que “aqueles que têm conta no exterior” presidiram o processo. Ela declarou que tem a “consciência” que não há ilegalidade nos atos que assinou e motivaram o pedido de impeachment. "Não os fiz ilegalmente e baseado em nenhuma ilegalidade. Tenho certeza que sabem que é assim. Todos sabem que é assim", disse.
Está é a primeira declaração pública de Dilma após os deputados aprovarem nesse domingo (17), por 367 votos, o prosseguimento do processo contra ela. Se a admissibilidade do afastamento for aprovada também pelos senadores, como foi na Câmara, a presidenta será afastada por até 180 dias, enquanto o Senado analisa o processo em si, e define se Dilma terá o mandato cassado.
Nesta segunda-feira (18), a presidente recebeu líderes da base aliada na Câmara dos Deputados para debater estratégias. Após o encontro, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse hoje (18) que a luta para barrar o impeachment no Senado está “apenas começando”.
25/04/2016 Comissão do Impeachment ouvirá acusação e defesa de Dilma Rousseff nesta semana
22/04/2016 Bloco de apoio ao governo indica titulares à comissão de impeachment no Senado
20/04/2016 Moka e Simone integram comissão do impeachment de Dilma no Senado
19/04/2016 Senado deve instalar comissão do impeachment só na próxima semana, diz Renan
19/04/2016 Senadores querem PEC para novas eleições junto com impeachment
19/04/2016 Temer diz que vai aguardar votação no Senado antes de se manifestar
19/04/2016 Religiosos criticam citações a Deus na sessão da Câmara que votou impeachment
18/04/2016 Para Marina, solução é cassar chapa Dilma/Temer e convocar nova eleição
18/04/2016 PT prepara ofensiva para processo de impeachment no Senado
18/04/2016 Pedido de impeachment de Dilma chega ao Senado
17/04/2016 Saiba como vai ser o processo de impeachment no Senado
17/04/2016 Câmara aprova abertura de impeachment de Dilma; processo segue para o Senado
No Diário Corumbaense, os comentários feitos são moderados. Observe as seguintes regras antes de expressar sua opinião:
Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site. O Diário Corumbaense se reserva o direito de, a qualquer tempo, e a seu exclusivo critério, retirar qualquer comentário que possa ser considerado contrário às regras definidas acima.