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Reconstituição aponta para participação de 3ª pessoa na morte de taxista

Da Redação em 23 de Março de 2016

A Polícia Civil de Corumbá fez, nesta quarta-feira (23), a reconstituição dos fatos que levaram à morte do taxista Claudinei Guerreiro, de 64 anos, no dia 09 de março. Acusados do crime, Edgar Souza de Arruda, 26, e Ingrid da Silva Soares, 23, detalharam aos policiais a ação montada para o roubo do carro, que culminou com a morte do taxista. Após matarem a vítima, Ingrid e Edgar tentaram limpar as manchas de sangue do veículo – um Agile – lavando o carro num minadouro de água encontrado na rua. Eles também se livraram dos pertencentes pessoais de Guerreiro, como o celular, e fugiram para a Bolívia pela estrada de acesso à Agesa (Armazéns Gerais Alfandegados).

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Policiais reconstituíram a hora em que casal rende o taxista

De acordo com o delegado regional da Polícia Civil, Gustavo de Oliveira Bueno Vieira, a reconstituição mostrou que tudo foi premeditado. “Foi uma dinâmica de premeditação e ficou muito claro isso. Essa premeditação consta do momento em que o Edgar avistou o veículo da vítima no dia anterior , parou no ponto de táxi da vítima, pegou um cartão com o taxista, perguntou se fazia corridas normalmente, e foi embora para casa. Já na casa da Ingrid, por volta das 7 horas da noite, telefona para a vítima perguntando se teria condições de fazer uma corrida amanhã pela manhã , para levar a mulher à Saúde da Mulher porque ela está grávida. O taxista falou que sim, que faria essa corrida. Quando foi entre 05h15 e 05h20 houve outro telefonema do Edgar já na posição onde  pega a corrida . Desse ponto, nesse momento, ele liga para a vítima, que demorou de 7 a 10 minutos, que chega por volta das 05h30 e acontece toda a situação. Com um golpe fatal na carótida (vaso sanguíneo situado no pescoço e que leva sangue ao cérebro) da vítima e outros quatro golpes de faca ao longo do corpo . A vítima levanta, é empurrada pelos dois para fora do veículo e cai em meio à BR. Se levanta sangrando, se joga em cima do capô do veículo para impedir que eles prossigam. Ainda conseguiu dominar a faca do autor e cortou a Ingrid, ela está com um corte no braço. Isso representa a luta dele pela vida. Na continuidade , delimitamos a chegada da vítima até o local onde foi encontrado, ele foi cambaleando e caiu nas proximidades da BR”, contou o delegado regional ao Diário Corumbaense.

O terceiro envolvido

Também trouxe à tona a participação de uma terceira pessoa no crime. Um boliviano, primo da mulher envolvida no latrocínio. Ele encomendou o carro ao casal. “Temos uma terceira figura, um terceiro indivíduo, que participou dessa ação, que é o boliviano, primo dela , que encomendou esse 'banho de sangue' que nós tivemos aqui no Brasil. Com a individualização desse boliviano, nós vamos representar pela prisão preventiva dele. Ele não é receptador, ele é partícipe do crime de latrocínio, roubo seguido de morte, porque ele instigou a prática desse roubo seguido de morte. Ele não estava no local, mas não precisa estar no local para responder pelo crime. Como ele instigou, a lei fala que, quem de qualquer modo contribui para a ação delituosa será responsável por ela na medida da sua culpabilidade. E ele contribuiu, porque instigou a dupla a praticar esse roubo que culminou com a morte do taxista, com a encomenda do veículo”, afirmou o delegado.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Reconstituição trouxe momento em que vítima se jogou contra o capô do carro

As investigações mostraram e a reconstituição confirmou que Edgar e Ingrid tiveram participação ativa nas ações para a morte de Claudinei Guerreiro. A mulher, que está no sexto mês de gestação, teria arquitetado toda a ação juntamente com o primo boliviano, através de um aplicativo de mensagens instantâneas pelo celular. “Os dois foram participantes. Ela, segurando o braço do taxista e jogando o taxista para fora do veículo. A premeditação parte dela, porque ela foi responsável por estabelecer os contatos via Whatsapp com o primo. Ela foi a responsável por toda a arquitetação junto com ele . O Edgar deu os golpes de faca, uso da força física”, observou o titular da Delegacia Regional de Polícia Civil de Corumbá.

 Ainda segundo o responsável pelas investigações, Claudinei Guerreiro lutou pela vida e, bastante ferido, tentou impedir a fuga da dupla se jogando sobre o capô do carro. “Conseguimos, hoje, estabelecer a dinâmica do crime, os requintes de crueldade com os quais foi praticado. Uma coisa que chamou atenção e nos causou certa comoção, entre todos os envolvidos na operação, detalhes que não sabíamos, da luta da vítima pela sobrevivência. A luta da vítima pela sobrevivência foi nítida para nós, inclusive, num momento que até nos chamou muita atenção, o momento em que ele (o taxista) se joga, já esfaqueado, sobre o capô do veículo. Se joga  justamente para impedir a fuga dos criminosos”.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Vítima chegou a caminhar da BR até o local onde foi encontrado, já sem vida

Além de esclarecer como aconteceu o crime, Gustavo Bueno afirmou que a reconstituição elucidou “divergências” existentes nos depoimentos dos dois acusados, mostrou que a morte do taxista teve “requintes de crueldade” e trouxe para o cenário do latrocínio a participação de uma terceira pessoa, um boliviano que, na afirmação do delegado regional, “encomendou” o “banho de sangue” em que se configurou a morte do taxista.

Frieza dela, arrependimento dele

O casal confessou o crime à Polícia. O inquérito, que será encaminhado à Justiça, está em fase final de conclusão e reúne provas concretas que Ingrid e Edgar são os autores do latrocínio do taxista Claudinei Guerreiro. “Confessaram. Ele, principalmente, demonstrando muito arrependimento. Ela com bastante frieza”, disse o delegado Gustavo complementado: “O inquérito está provado. A prisão deles na Bolívia só ocorreu porque nós passamos fotografias deles para a Polícia Boliviana. Nós os identificamos, temos testemunhas, temos reconhecimentos fortíssimos sobre os dois. Nós tínhamos ouvido familiares dos dois em dias anteriores. O trabalho da Polícia Civil foi realizado, já está pronto. Agora é só a conclusão, estamos com 80% do trabalho pronto, realizado. Vamos para a individualização desse terceiro indivíduo que é o primo da Ingrid, que será responsabilizado também”, informou.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Casal confessou crime à Polícia, informou delegado

A reconstituição, que durou mais de três horas foi dividida em etapas, explicou o delegado. “O telefonema, já do local, começamos desse ponto. A chegada do taxista, depois uma arrancada muito próximo ali na BR, onde tivemos de interromper a BR. Foi onde aconteceram as facadas fatais. Ele cai na BR, depois se levanta e volta para aquele local. Foram dois locais praticamente dentro de um só. Depois paramos num ponto onde estabelecemos o campo de visão das testemunhas que reconheceram, em outro ponto onde lavaram o carro, que estava todo sujo de sangue, num minadouro de água. Também onde uma das testemunhas reconhece, a menos de 10 metros. Por fim, onde arremessaram celular e outros artefatos da vítima, já na região da Agesa, nas imediações da fronteira”, disse.

Imagens: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

O delegado regional destacou o apoio da população e de instituições que contribuíram para o esclarecimento do caso. “Agradeço muito à população, que contribuiu muito com esse trabalho, silenciosamente. Aos nossos policiais civis, tive policial que mesmo com filho hospitalizado, doente, virou noite para que pudéssemos identificar e chegarmos a essa pessoas, que foram presas na Bolívia. Também à Agetrat pela contribuição hoje fazendo as interrupções de via, o Poder Judiciário que confiou no nosso trabalho, com a decretação das duas prisões preventivas e também à ação da Diprove”, concluiu.

Edgar Souza de Arruda e Ingrid da Silva Soares acertaram a venda do veículo roubado por 2 mil dólares, mas receberam metade do valor, cerca de 3 mil e 600 reais. O restante seria "pago" depois pelo primo de Ingrid. Ela e Edgar devem ser transferidos para os presídios masculino e feminino de Corumbá. 

 

Galeria: Morte de taxista reconstituição - 2016

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Comentários:

braz rocha: QUERO PARABENIZAR A EQUIPE DA POLÍCIA CIVIL DE CORUMBÁ E AO DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL PELO ÊXITO DA OPERAÇÃO E PRISÃO DESSES ASSASSINOS E CLARO FALTA O PRINCIPAL QUE FOI O RESPONSÁVEL PELA DESGRAÇA LOGO ESTARÁ ATRÁS DA GRADES SIM ESPERAMOS QUE O JUIZ SE FAÇA JUSTIÇA PRÁ QUE FIQUE MUITO ANOS DE CADEIA SIM SEM AMPARO DE LIBERDADE PRA QUE O TRABALHO TODO DA POLÍCIA CIVIL SEJA EM VÃO CADEIA 20 ANOS..........................