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Estudantes expõem projetos na Feira de Ciência e Tecnologia do Pantanal

Caline Galvão em 20 de Outubro de 2015

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Organizada pelo IFMS, participam da Fecipan estudantes do instituto, de escolas públicas e particulares de Corumbá e Ladário

Os projetos da Feira de Ciência e Tecnologia do Pantanal em Corumbá (Fecipan) estão sendo apresentados no Sesc, localizado no Porto Geral. Diversas unidades do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul estão realizando feiras tecnológicas durante esta semana, sob o tema “Luz, Ciência e Vida”. O objetivo é estimular a pesquisa científica nas escolas, desde o ensino fundamental até o ensino médio. A programação do evento inclui palestras, seminários, minicursos e oficinas, sobre diversos temas. As apresentações dos projetos no Sesc vão até às 17h desta quarta-feira (21).

Essa é a quarta edição da Fecipan, que existe desde 2011. A partir de 2012, a feira foi expandida para as redes públicas. Hoje, além dos estudantes do IFMS, participam da Fecipan escolas públicas de Corumbá e Ladário, além das particulares. Aproximadamente 300 estudantes estão com apresentações de projetos nestes dois dias. São 352 pessoas envolvidas na feira, entre estudantes, orientadores e coorientadores.“O viés da Fecipan é a pesquisa, são projetos desenvolvidos ao longo do ano e a culminância deles se dá na Fecipan. Esses projetos que estão sendo apresentados não são desenvolvidos de última hora”, explicou o coordenador do evento, o professor Rafael Françozo.

Do IFMS há representantes dos cursos técnicos de Metalurgia e Informática. Das escolas, tem no ensino fundamental desde o 6º ano ao 3º ano do ensino médio. “Quando você vai gerar um novo conhecimento, há necessidade da pesquisa, porque ela te dá recursos, traz patente, traz produção científica para o país, a gente precisa disso, estimular a pesquisa científica nas escolas”, afirmou Rafael. Os estandes para apresentações foram feitas com ajuda das pessoas assistidas pelo Centro POP, que é um centro de referência especialização para a população em situação de rua, vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania.

Mabel Solto visitou a Fecipan e gostou do que viu. “Eu acho muito interessante porque aqui na cidade a gente não vê muito disso, então, quanto mais estimulados são o Instituto Federal e as escolas, é melhor porque a gente vê os talentos que podem surgir em nossa cidade, os projetos que podem inovar, podem ir para outro estado, porque essa feira dá premiação e bolsas para os estudantes irem para fora e competir com outros projetos”, afirmou.

Para a visitante Mabel Solto, essa é uma oportunidade de estimular novos talentos na área científica

O projeto de Danyella Ramos, que está no 6º período do curso técnico integrado de Metalurgia do IFMS, explica o funcionamento do laser. “O laser não é abordado nas disciplinas normais da escola porque se trata de física moderna contemporânea, que é mais difícil de demonstrar para um aluno. Nosso objetivo é expor de maneira didática o laser para jovens e crianças poderem ver e também despertar o senso curioso deles, para que possam pelo menos pedir uma aula extra para o professor”, explicou ao Diário Corumbaense.

O mecanismo de laser foi montado de forma que o visitante pudesse visualizar os raios através da fumaça que era jogada, a fim de que suas partículas pudessem espelhar a luz e a pessoa visse por um curto espaço de tempo o trajeto do laser. “Foi montado um circuito de alarme com laser no meio e quando a pessoa interrompe a passagem de luz o alarme dispara, fazendo com que a criança se divirta, mas aprenda como funciona o laser, já que ele tem grande importância na medicina, na fisioterapia, nas indústrias, na segurança, o laser está presente em nosso dia a dia, só que a gente não sabe como funciona”, afirmou Danyella.

Marcela Ribeiro, 11, é aluna do 6º ano do CAIC. Ela estava com sua equipe apresentando um projeto sobre reaproveitamento de alimentos. “Sabemos que tem muita gente que desperdiça os alimentos e a gente reaproveita. Fizemos um livro só com receitas que podem ser reaproveitadas dos alimentos”, contou a estudante. Segundo ela, a equipe fez o bolo, bateu fotos e pesquisou sobre o desperdício de comida no mundo. “Fomos à sala de vídeo e assistimos a um filme sobre a ‘Estrada da Fome’ que conta sobre a fome e então formatamos o projeto”, concluiu.

A professora Tatiane Cândia, ensina Ciências e Matemática no CAIC e foi ela que orientou o projeto da equipe de Marcela. “Nós estamos incentivando o reaproveitamento dos alimentos, a não desperdiçar e ter responsabilidade. O que a gente observou com a pesquisa é que na feira livre há muito desperdício e que eles podem ter outra atitude e mostrar para os pais que eles podem consumir e também economizar”, afirmou Tatiane que acredita que a Fecipan incentiva os alunos a serem pesquisadores.

Estudantes do CAIC expõem projeto sobre reaproveitamento de alimentos mostrando o bolo feito com casca de banana

Projetos que vão além da Fecipan

O projeto de Raphael Vilalva de Queiroz, 17, e Elayneda Silva Porto, 16, pretende avaliar os efeitos de continentalidade da água da chuva que cai sobre a região de Corumbá. Os dois estudantes estão no 2º período do curso integrado em Metalurgia do IFMS. A pretensão do projeto deles é coletar amostras de água e analisar, através da quantidade e do peso das moléculas, se é maior a quantidade de água da chuva que vem do litoral ou de florestas que têm rios. O objetivo é descobrir de onde vem a maior parte da chuva para identificar quais são os principais pontos naturais que devem ser preservados. “Estamos desenvolvendo esse projeto para preservação do meio ambiente para saber a origem da água que abastece a região de Corumbá e também a gente quer expandir para Ladário e depois para o estado inteiro, quem sabe um dia o Brasil inteiro não fique sabendo desse projeto”, afirmou Elayne.

Raphael, que é bolsista do CNPQ, tem como orientadora a professora Íria Almeida Leal Bassan, doutoranda em Química, pela UFRN, e como coorientador Danilo Ribeiro de Sá Teles, doutor em Geofísica pela UFBA,  ambos são professores do IFMS. Ele afirmou que o projeto que está sendo apresentado na Fecipan junto com Elayne só será concluído em julho de 2016 e foi iniciado no dia 1º de agosto deste ano. Segundo ele, depois da coleta de água da chuva em diferentes pontos da cidade, as amostras serão enviadas para a Universidade Federal da Bahia, onde será determinado qual tipo de hidrogênio e oxigênio há em cada amostra. O objetivo é fundir isso com o estudo do ciclo de águas, o que permitirá melhor entendimento dos processos de recursos hídricos vindos da chuva na região de Corumbá e a pretensão é expandir o projeto para todo o Mato Grosso do Sul.

Tanto Elayne quanto Raphael afirmaram ter vontade de continuar trabalhando com pesquisas científicas. No entanto, Elayne pretende ingressar nas pesquisas em biologia. “Esse ano eu estou com Raphael, auxiliando nesse projeto, mas eu também tenho muita curiosidade e sou apaixonada por biologia. Ano que vem vou conversar com a professora de biologia para conseguir uma vaga para mostrar meu projeto na Fecipan porque eu também estou com um projeto de pesquisa e gosto mais dessa área”, concluiu Elayne.

Estudantes de Metalurgia do IFMS expõem projeto de iniciação científica sobre monitoramento hidrológico da região de Corumbá

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