Caline Galvão em 07 de Outubro de 2015
Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Atendimentos pós-cirúrgicos seguem até dia 17 e equipe retorna em novembro para consultas de refração nos pacientes cirurgiados
A Caravana da Saúde está realizando consultas pós-cirúrgicas no anfiteatro Salomão Baruki, das 07h às 09h da manhã até o dia 11, próximo domingo. O objetivo é verificar como está a saúde ocular dos pacientes que foram operados de catarata durante o programa do Governo do Estado e marcar a segunda cirurgia daqueles que necessitam operar o outro olho. Isso porque as cirurgias de catarata só podem ser realizadas em um olho por vez. Equipe da Prefeitura de Corumbá também está auxiliando pacientes no local.
Até a manhã desta quarta-feira (07), a Caravana da Saúde já havia realizado 5.350 consultas oftalmológicas; 1.514 cirurgias de catarata, que até o final do dia realizará mais 270 operações; 100 cirurgias de pterígio, que é a carnosidade que aparece no olho; 82 yags a laser, que é limpeza das lentes de quem já havia feito tempos atrás cirurgia de catarata; e 1.100 atendimentos pós-cirúrgicos de catarata. A quantidade total de todos os procedimentos já realizados pela Caravana no setor da oftalmologia até agora é de 23.902.
A dona Neuzarlina Nunes Gonzaga, de 86, operou o olho esquerdo há dois dias. Ela afirmou ao Diário Corumbaense que levava tombo o tempo inteiro porque não enxergava e contou que fazia tempo que necessitava dessa cirurgia. “Eu enxergava mal antes da cirurgia, via tudo embaçado, levava muito tombo e agora melhorou, pelo menos não está incomodando, estou enxergando. Eu ainda vou ter que usar óculos e dia 10 de outubro vou operar o outro olho”, afirmou Neuzarlina.
Já Iracema Vilalva Rojas operou o olho direito, mas ficou sem a lente, que é implantada durante a cirurgia. “Eu não enxergava nada, mas ainda vou precisar colocar a lente daqui a 30 dias, só depois que melhorar a vista”, afirmou. A dona Miguelina Soares da Silva, de 73 anos, contou que fazia mais de cinco anos que esperava pela cirurgia e operou apenas um olho. “Depois da cirurgia, passei a enxergar melhor do que antes. Fazia tempo que estava esperando, mas não tinha condições financeiras de fazer”, disse.
Dona Miguelina Soares, 73, passou a enxergar melhor depois da cirurgia e aguardava pelo procedimento há mais de 5 anos
Para a realização da cirurgia, a fase inicial ou avançada da doença faz toda a diferença para o paciente, mas também o tipo de catarata faz diferença no pós-cirúrgico, segundo o oftalmologista Fabrício Marquesini Reis, da equipe da Caravana da Saúde.
“Às vezes é uma catarata traumática, então o paciente tem fragilidade dentro do olho. Quando você entra com o aparelho de ultrassom, que é um aparelho que quebra a catarata e aspira, essa catarata acaba ficando solta, às vezes você consegue tirar ela, mas não tem suporte para implantar a lente, você acaba colocando a lente dentro de um saquinho onde ela fica apoiada. Quando não tem esse suporte, não tem como implantar a lente, então você opta por tirar a catarata, deixa o paciente sem a lente, espera o olho sarar, depois de 50 dias, se estiver tudo bem, então é programado o implante da lente, que a gente chama de implante secundário de lente”, explicou o oftalmologista.
Segundo Marco Aurélio, técnico do setor de informações da Caravana da Saúde, esses pacientes que foram operados, mas que não puderam receber a lente durante a cirurgia, não precisam se preocupar porque os profissionais da Caravana retornarão 30 dias depois do último dia do atendimento pós-cirúrgico, que é dia 17. Por volta do dia 10 de novembro, a equipe volta para realizar consulta de refração nos pacientes operados, a fim de que eles recebam laudo para confecção de óculos de grau. Além disso, aqueles que necessitarão de implante secundário, que é a colocação da lente no olho cirurgiado, contarão com mais um procedimento cirúrgico para que o objeto seja implantado e ele possa enxergar melhor.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a catarata é responsável por 51% das cegueiras no mundo inteiro, o que representa cerca de 20 milhões de pessoas com deficiência visual por causa da doença. A catarata é a perda da transparência do cristalino, que é a lente natural do olho, localizada por trás da pupila. As consequências da doença são opacidade na visão que gradativamente vai piorando até ocasionar cegueira.
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