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“Quebra-torto com Letras” une literatura e música regional no FASP

Caline Galvão em 21 de Agosto de 2015

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Orquestra de Viola Caipira abriu o "Quebra-torto com Letras" através de canções com temática pantaneira

Em meio a muita poesia e música, o “Quebra-torto com Letras” abriu a programação da sexta-feira (21) do 12º Festival América do Sul Pantanal. No Moinho Cultural, entre poemas pendurados e expostos em varais, pessoas de diversas idades participaram dessa manhã que contemplou literatura e música regional. Essa é a atividade literária do festival e a ideia é unir a cultura do quebra-torto, que é aquela alimentação matutina pantaneira, com a literatura regional. Na abertura, a Orquestra Corumbaense de Viola Caipira do Sesc  fez uma apresentação, com destaque para músicas regionais como “Trem do Pantanal”, “Comitiva Pantaneira” e canções do grupo Chalana de Prata.

O secretário de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação do Mato Grosso do Sul, Athayde Nery, destacou a união entre a culinária pantaneira e a literatura regional como o sentido do “Quebra-torto com Letras”. “Aqui é a união dessa tradição gastronômica e culinária do nosso Pantanal. O quebra-torto é algo que nos remete a essa força de trabalho diária do homem e da mulher pantaneiros que precisam se alimentar bem. Aqui, além de alimentar o corpo, a gente está alimentando a alma”, disse ao Diário Corumbaense.

Citando o grande poeta sul-mato-grossense, Athayde explicou essa união. “Eu acho que o grande equilíbrio que se tem disso, o equilíbrio do abstrato com o concreto, como diria Manoel de Barros, é exatamente juntar essas duas águas e permitir que a gente converse com as crianças, com os adultos sobre o que nós temos de criação literária. Como poeta, eu estou aqui alimentado de literatura”, concluiu.

A estudante Luana Luíza de Souza Martins (14) estava no “Quebra-torto com Letras” junto com diversos alunos da escola em que estuda. “Eu achei interessante porque a gente conhece mais a cultura da nossa cidade. Estou gostando muito”, afirmou. Luana acredita que a literatura exposta de maneira criativa se torna ainda mais atrativa. “De maneira criativa a gente entende bem porque têm crianças que não entendem e fica desinteressante para a gente”, completou.

O escritor Ciro Ferreira, que usa a cultura popular para compor os seus poemas, se apresentou no evento

O escritor Ciro Ferreira ministra oficinas de contação de histórias, teatro e técnica de circo para crianças e adolescentes, além de oficinas direcionadas a professores, agentes culturais e comunidade. Tem livros publicados voltados para o público infanto-juvenil e usa a cultura popular para compor os seus poemas e participou do “Quebra-torto com Letras” apresentando um pouco de seu trabalho. Ele acredita que todo evento do Poder Público precisaria ter essa contrapartida com a cultura, principalmente porque esses eventos deveriam sempre ter a literatura e a cultura como base da educação.

Ciro acha o projeto muito interessante porque contempla a divulgação da literatura onde muitos jovens puderam ouvir mais da cultura regional, oportunidade que ele não teria dentro da grande mídia. “É a primeira vez que eu participo, gostei muito. Eu vim despido de como acontecia e que tipo de público iria haver. Isso é muito importante porque as pessoas sentaram, ouviram e vão levar alguma coisa. Ela não vai sair pelo portão sem nada, porque, além daquilo que ela já tem, acaba pegando alguma coisa a mais e se fortificando para a batalha do próprio dia a dia, é a manhã de emprego, é o sol quente, o frio, a pessoa se alimenta, não só ela, mas eu também saio alimentado com isso”, afirmou.

Além de Ciro Ferreira, os escritores Paulo Robson de Souza e Patrícia Pirota foram os convidados para participar do encontro que reuniu a culinária pantaneira, música e literatura regional. Paulo Robson é professor do curso de Biologia da UFMS, em Campo Grande, e usa discurso científico com cultura popular para escrever seus poemas. Ele mistura a vida animal com música, transformando isso em livro e CD. Já a escritora Patrícia Pirota é professora de diversas escolas em Campo Grande. Ela começou escrevendo poemas na internet e acabou compilando tudo em livro depois do interesse de uma editora portuguesa por seu trabalho.

Melly Sena, que faz parte da coordenação do “Quebra-torto com Letras”, explicou que todos os anos há uma curadoria para a escolha dos escritores que se apresentarão no projeto. Esse ano, a Doutora em Teoria Literária, da UFMS, Maria Adélia Menegazzo foi a curadora dos escritores de acordo com o tema. Foram escolhidos os autores que trabalham com literatura infanto-juvenil e literatura com tecnologia.

 

Galeria: Quebra-torto com letras - 2015

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