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Com a alta do dólar, brasileiros diminuem compras na Bolívia

Caline Galvão em 31 de Julho de 2015

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Na feirinha boliviana, em Arroyo Concepción, movimento caiu desde o início do ano

Enquanto em Corumbá os lojistas esperam pelo Dia dos Pais para aquecerem as vendas, as vizinhas cidadse bolivianas, Arroyo Concepción e Puerto Quijarro, estão sofrendo com a alta gradativa do dólar. O impacto é visível nas lojas e na feira boliviana, onde não se vê mais o grande movimento de consumidores brasileiros. Até os turistas estão reclamando dos valores dos produtos na Bolívia.

“Pela última vez que eu estive aqui, comparando com agora, os preços subiram demais, as coisas estão muito caras, o dólar está dando uma quebrada muito grande, tanto para os turistas, como está afetando também os conterrâneos da gente, porque a gente vê que o movimento já não é mais o mesmo”, analisou ao Diário Corumbaense, Valdir Mazzo, turista de Três Lagoas que estava em uma das lojas da feira.

O corumbaense Paulo Eduardo é guia de turismo e estava trabalhando na Bolívia, auxiliando um grupo de brasileiros. Ele afirmou que os turistas estão reclamando bastante dos valores dos produtos até na feirinha em Puerto Quijarro. “O pessoal tem reclamado da alta do dólar. Antigamente os turistas levavam bastante coisa, agora estão levando bem menos. A maioria dos nossos grupos hoje compra bem menos mercadorias do que antigamente, quando o dólar era mais baixo”, afirmou.

O comerciante Jimmy Artezana, que tem uma loja na feirinha boliviana, diz que o dólar está alto, mas os preços das mercadorias não subiram muito. Ele explicou que os valores estão apenas um pouco mais altos, mas a margem de lucro dos comerciantes do local não é grande. Jimmy percebeu que as vendas pararam substancialmente desde o início de 2015, entre janeiro e fevereiro. O movimento começou a parar quando o dólar começou a subir gradativamente e, segundo ele, as compras na feira já não estão mais compensando para alguns compradores.

Enquanto a feira estava quase vazia e com pouquíssimos consumidores brasileiros, a realidade não era diferente em outras empresas. Dentro de um shopping, em Puerto Quijarro, a gerente comercial Rosana Mendonza explicou que no começo, logo quando estourou a crise, os brasileiros realmente deixaram de aparecer. Ela afirmou também que esse fenômeno aconteceu em todas as fronteiras do Brasil que têm comércio com o Paraguai e a Bolívia, nesses locais houve uma diminuição significativa nas vendas.

A empresa que Rosana gerencia, trabalha com produtos importados e tem tentado superar a crise do dólar apostando no diferencial de seus produtos, que não são encontrados em Corumbá. Além disso, promoções têm atraído clientes que contam com quase 100% de consumidores brasileiros. “Aqui para o Pantanal vêm muitas pessoas que têm um poder aquisitivo alto, então eles vêm à procura de produtos de qualidade,  importados, que no Brasil estão com preços elevados e ainda compensa comprar aqui”, justificou.

Para Luís Alexandre, ainda vale a pena comprar na Bolívia produtos diferenciados

As promoções realizadas pela empresa em junho e na semana passada fizeram com que as vendas da empresa melhorassem. Rosana explicou que as datas comemorativas do Brasil influenciam bastante no comércio boliviano. “Para o mês que vem, haverá o Dia dos Pais e isso influencia bastante. Nossos clientes são 99% brasileiros, então isso ajuda, vamos ter um movimento bom”, disse esperançosa.

Mesmo com o dólar em alta, na loja de produtos importados estava o corumbaense Luís Alexandre. O técnico eletricista estava em busca de produtos diferenciados que não são comercializados em Corumbá. “Nós viemos aqui em busca de variedade. Questão de bebida e de material para pesca. Por isso, com a alta do dólar, os produtos não estão tão acessíveis, porém, é um tipo de material que a gente não consegue em Corumbá. Fica realmente um pouco mais caro, só que é onde a gente tem como comprar, é só aqui mesmo”, concluiu. 

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