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Técnicos administrativos do IFMS realizam ato grevista no Campus de Corumbá

Caline Galvão em 28 de Julho de 2015

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Uma das principais reivindicações dos grevistas é a entrega da sede definitiva do Campus de Corumbá

Na segunda-feira (27), técnicos administrativos do IFMS, Campus de Corumbá, em greve desde o dia 06 de julho, realizaram ato enfatizando os motivos da paralisação e solicitando apoio da população às reivindicações dos grevistas. Dentre os principais assuntos da pauta da greve estão a reformulação do plano de carreiras, o repúdio à decisão do Governo Federal que pretende oferecer aumento salarial de 21% dividido em quatro anos e a entrega da sede definitiva do Campus, em construção desde 2011.

“Outros campi já estão funcionando, como por exemplo, o Campus de Dourados em menos de um ano já está em pleno funcionamento. Corumbá desde o ano de 2011 está com esse problema. É previsto que até 2018 termine, ou seja, quase oito anos para terminar a obra. Até pela questão da nossa qualidade de trabalho, atrair mais estudantes”, comentou Tiago Thomaz de Assis, representante dos técnicos grevistas.

Segundo Tiago, o Campus de Corumbá no Estado é o que mais atrai estudantes a procura dos cursos. “Só que o nosso espaço aqui é pequeno e acaba ocasionando evasão de alunos. Queremos laboratórios com maior qualidade para oferecer aos estudantes, servidores e professores, inclusive enfrentamos problemas com a infraestrutura do local.”

Tiago Tomaz explicou que o ato visa mostrar à população que os servidores estão na luta pela educação porque o Governo Federal cortou quase 20% do orçamento da pasta. “Vinte por cento para um País que fala que é pátria educadora não é pátria educadora”, afirmou. “Muitas instituições de ensino, como nas Universidades Federais, e aqui está quase acontecendo isso, deixam de pagar uma conta de água para poder pagar a conta de luz. No outro mês deixa de pagar conta de luz para poder pagar conta de água. Nós ainda não chegamos a esse ponto, mas estamos próximos disso”, apontou Tiago, que enfatizou também o corte nas bolsas estudantis de pesquisa.

Cristopher Soares, aluno do 6º período do curso Técnico em Informática, apoia os técnicos administrativos porque acredita serem justas as reivindicações. “Eu apoio não somente a greve deles, mas do Campus inteiro porque a gente está com muitos problemas aqui, principalmente porque já era para entregarem o Campus até metade do ano passado. Prometeram até esse ano, e até agora nada. A gente também está com muitos problemas na área de administração.” O estudante frisou seu apoio os grevistas, mesmo que ele tenha que arcar com as consequências dessa greve. “Eles estão fazendo o certo, mesmo que isso vá atrapalhar as minhas aulas, mas é algo que eles têm que fazer, garantir o direito deles e os nossos, como estudantes”, concluiu.

Tiago Thomaz de Assis e Victor Gonçalves, representantes dos técnicos administrativos em greve

Com os técnicos em greve, serviços de vários departamentos responsáveis pela assistência social dos estudantes e assistência acadêmica se tornaram restritos a horários específicos que não vão atender na totalidade. Biblioteca, secretaria que atende aos estudantes para bolsas, central de relacionamentos, lançamento de notas e histórico são exemplos de serviços restritos, mas em alguns horários essas atividades já estão completamente suspensas.

Victor Gonçalves, também representantes dos técnicos grevistas, acredita que os professores devem aderir à greve a partir da formalização de sua entrada mediante ofício ainda nesta semana. “Nos demais campi todos os professores estarão oficialmente entrando em greve a partir de quarta-feira. Aqui mesmo só o Campus de Corumbá está faltando os professores aderirem integralmente. Acreditamos que um número substancial deve entrar a partir de quarta, o que deverá fazer com que seja repensado o calendário acadêmico, se ele será sustentado ou suspenso”, explicou.

Em nota ao Diário Corumbaense, no dia 23 de junho, a assessoria de imprensa do IFMS, informou que a obra do Campus de Corumbá, foi prejudicada pela rescisão do contrato, em 2012, com a empresa vencedora da licitação devido ao descumprimento de obrigações contratuais. A segunda colocada na licitação assumiu a obra em 2013, mas abandonou a construção em novembro de 2014. Em virtude do não cumprimento das obrigações previstas, o IFMS exerceu a prerrogativa de não renovar o contrato, que venceu em fevereiro de 2015. “No momento, o IFMS está finalizando o levantamento do remanescente do contrato não renovado. Após a conclusão deste trabalho, o processo será encaminhado para elaboração de um novo edital de licitação. Ainda não há prazo para abertura deste novo processo licitatório”, concluiu a assessoria.

Grevistas do IFMS estão em conjunto com UFMS/CPAN

Os técnicos grevistas do IFMS estão realizando atos em conjunto com os técnicos do Campus do Pantanal da UFMS, também em greve. Na quarta-feira haverá assembleia geral unificada com professores e técnicos da Universidade em que serão votadas as pautas unificadas para ambas as instituições. A assembleia ocorrerá no auditório Salomão Baruki, por volta das 15h. Na ocasião, vão ser elencadas pautas que serão reivindicadas e entregues às reitorias do IFMS e da UFMS.

No País inteiro são 108 Institutos Federais em greve, isso incluindo tanto técnicos quanto professores. No Mato Grosso do Sul são dez campi do IFMS, sendo sete que efetivamente funcionam, dos quais seis já estão completamente em greve e em alguns já não há aulas.

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