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Nível do rio Paraguai baixa lentamente; em um mês altura caiu 40 centímetros

Rio deve atingir 4,56 metros até o dia 29

Marcelo Fernandes em 22 de Agosto de 2014

O nível do rio Paraguai, na régua de Ladário, baixou exatos 40 centímetros no período de um mês. Passou de 5,16 metros em 21 de julho para 4,76 em 21 de agosto. Nesse período a redução é pouco superior a um centímetro por dia. De acordo com análises da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), ligada ao Ministério das Minas e Energia (MME), o comportamento fluvial segue em ritmo de queda.

Pelas projeções do CPRM, o rio Paraguai deve atingir 4,56 metros até o dia 29 de agosto. Em setembro, deverá ficar abaixo dos 4,50 metros já na primeira quinzena daquele mês. Para o dia 05 de setembro, a altura deve chegar aos 4,40 metros e no dia 12 deverá medir 4,25 metros. De acordo com análises da CPRM, "A estação de Ladário no rio Paraguai vem apresentando valores de cota de nível d’água na Zona de atenção, acima da curva de permanência de 10%. Atualmente o nível d’ água encontra-se em declínio".

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Altura do rio caiu 66 centímetros desde o pico atingido em junho

O pico da cheia foi alcançado no dia 12 de junho, quando a centenária régua do 6º Distrito Naval de Ladário registrou altura de 5 metros e 42 centímetros. Essa marca se repetiu um dia depois (13 de junho). Daquele dia até 29 de junho, a altura do rio Paraguai sofreu oscilações, até entrar na sequência de baixa. Do pico até a quinta-feira, dia 22, o nível caiu 66 centímetros.

Nos 114 anos de observação do comportamento do nível do rio Paraguai em Ladário, 51 tiveram o valor máximo anual no mês de junho, 26 em maio, 23 em julho, 11 em abril, 2 em março e uma em agosto.  Quanto aos valores mínimos anuais, 33 ocorreram no mês de dezembro, 32 em novembro, 28 em janeiro, 16 em outubro, 4 em setembro e uma em fevereiro.

Ciclo

A propagação das cheias do rio Paraguai se dá ao longo de vários meses do ano, caracterizando o lento escoamento das águas no Pantanal. Isto se deve à complexa combinação das contribuições de cada planície cujas lagoas e baías funcionam como reguladores de vazão, acumulam água e amortecem a elevação do nível, durante o crescimento da cheia, e cede água durante a recessão.

Ocorrem enchentes locais em diversas regiões, ao longo do ano, dependendo do regime de chuvas. Na região entre Cáceres e Cuiabá, o trimestre mais chuvoso estende-se de janeiro a março, com ocorrência de níveis d'água elevados em março. Na sub-bacia do rio Miranda, o trimestre mais chuvoso estende-se de dezembro a fevereiro, com ocorrência de níveis elevados em fevereiro. Em Cáceres, as cheias ocorrem entre fevereiro e março, recebendo contribuições intermediárias a jusante, alcançam Corumbá, entre maio e junho, e Porto Murtinho, entre julho e agosto. De Bela Vista do Norte até deixar o território brasileiro, na foz do rio Apa.

O rio Paraguai apresenta um hidrograma de enchente muito uniforme, com apenas um pico anual, próximo a Forte Coimbra. A partir daí, podem ocorrer pequenos picos devido a contribuições locais.

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