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Vale prevê expansão da produção em Corumbá para depois de 2014

Marcelo Fernandes em 04 de Dezembro de 2013

A Vale aguarda as autorizações do Ibama para dar início ao projeto de expansão da produção da mina de minério de ferro pertencente à antiga MCR. A empresa planeja ampliar para 10,5 milhões de toneladas por ano a produção de minério de ferro. Atualmente, são produzidos ali 4 milhões de toneladas anuais. Mesmo já tendo encaminhado o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) do investimento para o órgão ambiental, a mineradora acredita que as obras só começarão depois de 2014.

“A primeira etapa foi a audiência pública . O Ibama tem um prazo legal de até um ano, após a audiência pública, para emitir a licença prévia. Estamos aguardando o pronunciamento do Ibama e a emissão do licenciamento prévio. A etapa seguinte à liberação prévia é protocolar no Ibama o pedido de licenciamento de instalação; depois de obtida essa licença, aí sim começamos a fazer as obras. Não temos expectativas de começar o projeto em 2014 pelo fato de o licenciamento ambiental ter que seguir o trâmite legal e burocrático do órgão. Mas, o projeto está em desenvolvimento e aguardando as autorizações do Ibama”, explicou Alexandre Campanha, diretor de Operações de Ferrosos do Centro-Oeste da Vale, nesta quarta-feira , 04 de dezembro, em entrevista coletiva.

Ele esclareceu que o Ibama nacional é quem faz a análise do projeto de expansão para liberação das licenças porque a companhia atua numa região de fronteira. O prazo de validade do licenciamento não pode ser inferior a quatro anos e superior a 10 anos. “Protocolamos os estudos de impacto ambiental, de impacto social e econômico”, disse o diretor de Operações de Ferrosos.

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Expansão da produção tem projeto orçado em mais de R$ 1 bilhão

Segundo a mineradora, estão previstas a expansão das atividades de lavra nas morrarias Santa Cruz e Grande; instalação de adutora para captação de água nova do rio Paraguai, para suprir as necessidades da atividade; ampliação do pátio de armazenagem; implantação de terminal ferroviário; ampliação da estrada de serviços que dá acesso à mina MCR-Vale; implantação de nova planta de beneficiamento e de nova barragem de rejeitos e instalação de linha de distribuição de energia de 34,5kV. Todo o empreendimento está inicialmente orçado em R$ 1,3 bilhão, informa o site do Ibama onde o projeto está disponibilizado para acesso público.

Captação de água do rio Paraguai

A expansão da produção para 10 milhões de toneladas de minério de ferro extraídas por ano prevê captação de água a partir da construção de uma adutora no rio Paraguai, em Albuquerque. A adutora terá 35 quilômetros de extensão ligando a mina ao rio e vai captar aproximadamente 280 metros cúbicos de água por hora. “O projeto prevê isso, essa é a nossa ideia, que para efetivar, de fato, precisamos das liberações do Ibama. Todo estudo de captação de água no rio Paraguai foi feito baseado em levantamentos hidrológicos da região. Ao propormos captar água no rio Paraguai estamos embasados por um estudo hidrológico que nos garantiu que não haveria desabastecimento ou falta de água em função de captar essa água do rio”, explicou Campanha.

A mecânica do sistema prevê o que é classificado como "alto índice de reaproveitamento" dessa água. Aproximadamente 85% do líquido serão reaproveitados pelo sistema. Os 15% perdidos seriam quantidade a ser retirada do rio Paraguai para completar o ciclo interno. A água retirada da natureza é usada para limpar o minério, que depois segue para uma barragem onde acontece a decantação com as impurezas se depositando no fundo do reservatório e a água sendo novamente bombeada para o sistema. “No caso do rio é tudo baseado em estudo hidrológico. Esse estudo está no Ibama com a documentação do processo de licenciamento”, completou.

Para escoar essa produção ampliada, a Vale prevê adequações nos principais modais utilizados por ela, que são a hidrovia e a ferrovia. “Fizemos uma readequação do modal e das operações logísticas visando ter maior transporte no rio. Nossa logística está pautada em cima da hidrovia”, afirmou o diretor.

Diretor de Operações de Ferrosos do Centro-Oeste da Vale detalhou investimentos durante coletiva

A Vale mantém hoje cerca de 1.200 empregados próprios em Corumbá, sendo que 95% deles são da região. De janeiro a setembro deste ano produziu mais de 5 milhões de toneladas de minérios de ferro e manganês no complexo de Corumbá.  “O principal negócio é a mineração. A Vale não é uma empresa siderúrgica. É empresa de mineração cujo principal objetivo é extrair minério e, consequentemente, fornecer para indústria siderúrgica. O projeto de expansão é para aumentar a extração aqui, promover geração de empregos e vender esse minério para usinas siderúrgicas”, completou o diretor de Ferrosos.

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