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Escritório de advocacia é pioneiro em Corumbá por primar sustentabilidade

Lívia Gaertner em 06 de Março de 2013

Desde dezembro do ano passado, um escritório de advocacia em Corumbá está funcionando sem o fornecimento de energia elétrica. E não é por algum problema no prédio ou pela concessionária de energia elétrica, mas sim porque o próprio escritório está suprindo sua demanda com energia produzida pelo sol.

Num primeiro olhar, o prédio parece com uma construção como outra qualquer, porém se olharmos com mais atenção perceberemos que cada escolha da arquitetura não foi aleatória. O escritório de advocacia Falluh Rodrigues se diferencia dentro de Corumbá e também no Estado, por ser uma construção voltada para a sustentabilidade.

Além de equipamentos que garantem a geração de energia elétrica, o local também conta com sistema de captação de água de chuva, sistema particular de tratamento de esgoto e demais medidas que garantem menor consumo dos recursos naturais, o que ajuda na conservação do planeta.

Fotos: Anderson Gallo

Até mesmo na fachada, obra não utilizou madeira, optando por cerâmica que reproduz efeito do material natural

A ideia de ter um prédio com inúmeros mecanismos sustentáveis partiu do advogado Milton Falluh Rodrigues, que ainda durante a faculdade de Direito se encantou com a causa em prol do meio ambiente. "A motivação vem de muito antes, até mesmo da nossa formação. Acabei me apaixonando muito por essas questões voltadas ao meio ambiente, à sustentabilidade. Paralelamente, a gente vislumbrou a possibilidade de partir do zero com projeto arquitetônico construindo um prédio novo e não reformando, e visando desde o início a sustentabilidade", disse ao Diário.

Ele afirma que, apesar da economia financeira trazida pela implantação desses sistemas, essa não é a finalidade principal do projeto. "A intenção nossa não é primordialmente a obtenção de vantagem financeira por conta da sustentabilidade", frisou ao comentar porque optou pelo desligamento para mostrar que é possível um prédio ser autossustentável através da energia solar. "Preferimos pedir agora em dezembro o desligamento do fornecimento de energia da concessionária no sentido de demonstrar que a gente é autossuficiente de energia, embora seja uma construção singela", disse.

O sistema, composto por 6 painéis, possui 1.5 kW de potência nominal e baterias estacionárias para acumular a energia para os momentos em que não há sol. A capacidade mensal de geração do sistema é de aproximadamente 200 kWh. Além da iluminação, que também é toda especial constituída de LED's, dois aparelhos de ar-condicionado estão funcionando no local, garantindo conforto ao ambiente.

Advogado Milton Falluh mostra conjunto de baterias que armazena energia solar


No teto da construção, local onde ficam as placas, outra medida sustentável foi tomada para evitar o aquecimento do prédio pela alta incidência de luz solar na cidade. Foram implantadas mantas refletivas, o que ajuda a diminuir o calor na estrutura do escritório como um todo.

Pensando no consumo de água, Milton solicitou a instalação de um sistema de captação da chuva. Com capacidade de 2 mil litros, os tanques especiais armazenam toda a água que cai sobre o prédio, podendo ser usada para atividades de limpeza e regar o jardim.

Tratamento de esgoto

Outra medida usada no prédio foi a de uma estação de tratamento de esgoto. Composta, entre outros itens, por um tanque séptico e filtro anaeróbio, a estação processa os dejetos, dos quais 75%, após o tratamento, podem ser lançados na galeria de águas pluviais sem oferecer riscos de contaminação.

Arquiteta responsável pela execução do projeto, Ana Mercedes Ribeiro Lotfi, lembrou que desde o início da obra, a questão sustentável permeou as ações de construção, o que levou a utilizar apenas estruturas pré-moldadas, evitando assim o uso de madeira. Aliás, na fachada foi usada cerâmica que reproduz aparência e textura de madeira, possibilitando toda a estética do produto tradicional, porém, sem agredir ao meio ambiente.

Arquiteta mostra sistema de armazenamento de água de chuva

"A sustentabilidade é um assunto que está em alta no Brasil e no mundo. Todos os cursos de Engenharia, Arquitetura, Pós-Graduação estão evidenciando muito isso: prédios sustentáveis. Talvez ainda aqui no estado não esteja muito explorado", observou a arquiteta que assumiu o projeto como um desafio profissional.

"Era uma área que não conhecia nada e as ideias, o cliente é quem foi trazendo. A escolha da arquitetura com grandes vãos, cores claras, telhado com uma manta refletiva, aproveitamento da água da chuva, tem o tratamento da rede de esgoto. A gente fez a iluminação inteirinha com LED, foi mais cara, mas é um investimento de longo prazo porque ela tem uma durabilidade infinitamente maior que a nossa lâmpada convencional, sem contar que ela tem uma reprodução de cor muito melhor", disse ao citar algumas vantagens de um projeto como esse.

Ana Mercedes destaca que, mesmo que o cidadão não consiga implantar um projeto com muitos recursos sustentáveis, pode adotar alguns bem eficazes em seu projeto ou reformar como a implantação de placas solares para o aquecimento de água, evitando assim o uso do chuveiro elétrico, considerado o vilão dentro de uma casa ou empresa.

"É um investimento que vale a pena. Não precisa ser um projeto inteiramente sustentável. Recomendo a todos os meus clientes as placas de aquecimento de água que são diferentes das de geração de energia e também o uso de lâmpadas de LED", comentou. "É um grande exemplo que o Falluh está dando", analisou a profissional que vislumbra que o caminho para os projetos arquitetônicos deve ser a sustentabilidade, principalmente numa cidade que tem relação tão próxima com um bioma tão importante no mundo como o Pantanal.

 

Comentários:

RITA CRISTINA: Que legal, parabéns! Se cada um fizer o que esta ao seu alcance ou ate mesmo gestos mais simples que todos ja sabem, plantar uma arvore, jogar lixo no lixo já taremos fazendo a diferença. Precisamos cuidar com amor do planeta que nos foi dado para usufruir não destruir pois não nos pertence...

enriq cezaret: 10(dez) pela iniciativa,criatividade e funcionalidade. parabéns ao dr.

Rogerio Mariano: Parabéns, são de inciativas deste tipo que devemos nos referenciar, de modo a garantir que nossos filhos possam utilizar os recursos naturais hoje existentes e principalmente na fomentação desta prática tão necessária.

joanita ametlla: Muito bom parabéns ao proprietário e asas edificação jovem colega .este é o futuro das nossas edificações e os custos para implantação com a sistematização do uso tende a baratear.Tenho estudado sobre os diversos tipo de sustentabilidade para aplicar nas edificações publicas mas ainda não colocamos em pratica , em breve o nosso prefeito estará executando nas escolas