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Mineradora recebe multa milionária do Ibama por poluir córrego em Corumbá

Lívia Gaertner em 02 de Julho de 2012

Uma grande quantidade de rejeito de minério despejado no córrego Arigolândia levou a empresa mineradora Vale a receber uma multa milionária do Ibama em Corumbá. Autuada pelo órgão ambiental por cometer poluição, a empresa foi multada em R$ 5 milhões,  no domingo, 1º de julho.

Fotos: Divulgação Ibama

Ibama e PMA receberam denúncia e foram até ao local onde constataram poluição

O Ibama, juntamente com a Polícia Militar Ambiental, recebeu na última sexta-feira, 29 de junho, denúncias de que grande quantidade de lama estava sendo jogada dentro do córrego que passa entre a divisa das empresas mineradoras Vale e MMX, na região do Morro do Urucum, distante cerca de 20 quilômetros da área urbana de Corumbá.

De acordo com Gilberto Costa, chefe do escritório regional do Ibama, houve o deslocamento de equipes das duas instituições ambientais até o local, onde um intenso trabalho comprovou a origem do vazamento.

"Fizemos um trabalho de vistoria o dia todo e chegamos até o local, ficando constatado que uma das tubulações que levam o rejeito até as baías de decantação entupiu e vazou todo o material para o leito do córrego, causando uma poluição hídrica violenta", disse ao se referir à estrutura da empresa Vale.

Trena foi usada para medir a quantidade de "lama" jogada no córrego com vazamento

"Constatando esse ilícito, fomos até a mineradora Vale e o pessoal da área de meio ambiente nos acompanhou até a região do vazamento. Fizemos todos os levantamentos de praxe, além do que realizamos vistoria nessa comunidade de chacareiros, de sitiantes que estão abaixo da mineradora e eles já estavam sem água para fornecer aos animais e fazer irrigação nas hortaliças", comentou ao Diário ao lembrar que os funcionários da empresa conseguiram conter o vazamento no mesmo dia, porém os impactos causados levarão mais tempo para serem revertidos.

"Ainda tinha muita lama, muito turbilhamento dentro do córrego. Até esse material se dissipar vai aí quase uma semana. Os danos são irreparáveis quando falamos na biodiversidade aquática, o que está sendo feito é a colocação de equipes da empresa no leito do córrego para fazer toda a remoção dessa lama para que, mesmo com a água limpa, ela pare de carrear dentro do córrego ainda", disse numa rápida estimativa que a quantidade de rejeito vazado ultrapassa tonelada.

"Geralmente, nos crimes ambientais de alto impacto, que são classificados como poluição, é preciso de um lado pericial, mas nesse caso, não foi necessário porque a própria lama que está dentro do córrego vai afetar toda a biodiversidade aquática, além do que também é crime ambiental ainda que, momentaneamente, cessar o consumo de água de uma comunidade", lembrou.

Material deixou água do córrego sem condições de consumo para sitiantes e chacareiros da localidade

A empresa mineradora tem prazo de 20 dias para recorrer da autuação aplicada pelo Ibama. Ou seja, ela tem até o dia 21 de julho para tentar reverter a multa recebida pelo órgão de fiscalização e proteção ambiental.

Outro lado

Em contato com a empresa mineradora, o Diário obteve uma nota afirmando que o vazamento foi contido e que a empresa apura as causas do ocorrido, ao mesmo tempo em que toma medidas junto às autoridades competentes.

Veja na íntegra o texto da nota encaminhada à redação:

Sobre o Córrego Arigolândia

A Vale informa que houve vazamento de efluentes de seu sistema de beneficiamento de minério, na mina de Urucum, em Corumbá. No sábado, parte do material chegou ao córrego Arigolândia, mas o vazamento foi imediatamente contido por técnicos da empresa e o córrego está com sua vazão normalizada. A Vale está apurando causas e adotando as medidas cabíveis para o caso junto as autoridades competentes.

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