No resgate de restos mortais de caseiro, equipe se depara com onça no meio da mata

No resgate dos restos mortais do caseiro Jorge Ávalo, 60 anos, a equipe de buscas, composta por familiares, policiais militares ambientais e guias, se deparou com a onça-pintada, que chegou a avançar em um dos homens. Jorginho havia desaparecido na segunda-feira e foi encontrado na manhã desta terça-feira (22), no Pantanal, em Aquidauana.

O ataque teria ocorrido entre 05h30 e 06h30 de segunda-feira.O corpo foi encontrado em área distante 280 metros do ponto do ataque da onça, no pesqueiro Touro Morto, localizado no encontro dos rios Miranda e Aquidauana.

O grupo saiu e voltou com mais integrantes da PMA (Polícia Militar Ambiental) para retirada dos restos mortais. Segundo apurou a reportagem, neste retorno, nada foi encontrado no ponto indicado. A onça-pintada havia voltado e estava arrastando o que sobrou, sendo encontrada a cerca de 50 metros para frente. O relato é que ela tentou ficar com a presa, avançando sobre os homens.

O animal pulou na direção de um deles, que caiu e foi atacado. Neste momento, tiros foram disparados e a onça fugiu, deixando para trás os restos mortais da vítima.

“Achei que com os tiros ela ia largar e correr, que perigo, hein, cara?”, um deles comenta. Homem identificado como Paulo mostra o corte no braço, que teria ocorrido no ataque da onça.

Segundo informações da Polícia Civil, foram até o local equipes da PMA, da perícia criminal e da funerária de plantão para retirada dos restos mortais. A identificação formal será realizada com base em exame de DNA.

O corpo será encaminhado ao Núcleo Regional de Medicina Legal de Aquidauana. Conforme informações da polícia, a tipificação será alterada para morte por causa indeterminada, visando a instauração de Inquérito Policial e elaboração dos Laudos Periciais Requisitados.

Mais cedo, Reginaldo Ávalo, 55 anos, irmão de Jorginho, relatou à reportagem que o caseiro sempre enviava imagens de onças-pintadas que circulavam próximo do pesqueiro, mas dizia que nunca havia sido atacado. O corpo dele será velado em Anastácio.

O pesqueiro fica em região onde é comum o registro de onças no entorno. Há um mês, vídeo feito no local mostra um desses felinos circulando na área.