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Defesa parte para 2º dia com tese de que mãe de Sophia sofria com violência

Campo Grande News em 05 de Dezembro de 2024

Paulo Francis/CG News

Mãe de Sophia, Stephanie chora durante julgamento pela morte da menina

A defesa da mãe de Sophia, morta aos 2 anos, parte para o segundo dia de julgamento reforçando a tese de que Stephanie de Jesus da Silva, de 26 anos, estava presa a um ciclo de violência doméstica. Ela é julgada por homicídio doloso por omissão. A sessão começou ontem e prossegue nesta quinta-feira (dia 05), na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

“Ela vivia num ciclo de violência doméstica e se colocava em relacionamentos abusivos. O primeiro com o Jean. Ele não pagava pensão, ele a abandonou. O segundo com Christian. Mas o Christian é um narcisista, que simplesmente acabou com a vida dela”, afirma o advogado Alex Viana de Melo.

Jean Ocampo é o pai de Sophia. Enquanto que Christian Campoçano Leitheim é o padrasto e suspeito pela morte da criança. No banco dos réus, pesa contra ele as denúncias de homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e praticado contra menor de 14 anos. Christian ainda responde por estupro de vulnerável.

A defesa sustenta que tanto a menina quanto a mãe foram vítimas dele. “A Sophia e Stephanie foram vítimas do Christian. Ela tem uma pena que é para sempre, perdeu a filha. E ela está sendo uma vítima do Estado. Todos os promotores sabem do ciclo de violência doméstica. Mas eles não assumem que ela estava vulnerável porque ela não morreu”, diz o advogado. 

O caso

Na tarde do dia 26 de janeiro de 2023, a menina Sophia, de 2 anos e sete meses, deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antonino já sem vida.

Inicialmente, a mãe, que foi até lá sozinha com a criança nos braços, sustentou versão de que ela havia passado mal, mas investigação médica encontrou lesões pelo corpo, além de constatar que a morte havia ocorrido cerca de quatro horas antes da chegada ao local.

O atestado de óbito apontou que a garotinha morreu por sofrer trauma raquimedular na coluna cervical (nuca) e hemotórax bilateral (hemorragia e acúmulo de sangue entre os pulmões e a parede torácica). Exame necroscópico também mostrou que a criança sofria agressões há algum tempo e tinha ruptura cicatrizada do hímen, sinal de que sofreu violência sexual.

Para a investigação policial e o Ministério Público, Sophia foi espancada até a morte pelo padrasto, depois de uma vida recebendo “castigos” físicos.