Leonardo Cabral em 01 de Agosto de 2022
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense
Prefeito ressaltou durante coletiva a importância do censo demográfico
Em entrevista coletiva, no auditório da Prefeitura de Corumbá, Luana Saldivar Barbosa, coordenadora Censitária de Subárea do IBGE, explicou que para realizar o trabalho de coleta das informações sobre diversos aspectos da vida dos brasileiros, serão 91 recenseadores que irão percorrer todos os endereços de Corumbá, que, segundo a última estimativa em 2021, tem mais de 112,6 mil habitantes.
Com população estimada em mais de 24 mil pessoas, no município de Ladário, serão 19 recenseadores. Todos estão uniformizados, equipados e identificados, para que a população responda os questionários da 13ª edição do levantamento que vai até o dia 31 de outubro.
“Com certeza o censo demográfico é de extrema importância para os municípios, principalmente, para o fundo de participação municipal, que é toda parcela de subsídio destinada às cidades e é com base no censo demográfico que isso é calculado. Como estamos com dois anos de atraso, os dados estão defasados e é fundamental que a população colabore. Todos os recenseadores estão de coletes, crachás e possuem QR Code, para que o morador possa, em caso de alguma desconfiança, saber se ele é ou não de fato um recenseador”, explicou Luana.
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense Luana Saldivar Barbosa, coordenadora Censitária de Subárea do IBGE
“A abordagem, prevista em leis específicas, tem o objetivo de produzir informações atualizadas do número de indivíduos com essas características. Este será o primeiro censo a tratar de autismo. A gente criou questionários específicos para atender a população. Além disso, por meio do censo demográfico, o Executivo fica sabendo onde tem que direcionar mais o dinheiro, a infraestrutura da cidade, para que a gente consiga melhorar a condição de vida da população. É a maior pesquisa do mundo que vai de porta em porta, mas, caso o morador queira poderá responder por telefone e via internet”, ressaltou Luana Saldivar Barbosa.
O prefeito Marcelo Iunes, que também participou da coletiva, pediu à população que contribua, abra as portas das casas e responda os questionários. Tudo isso, para que censo mostre a realidade do município em linhas gerais.
“Qualquer município recebe o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) através do censo demográfico, por isso é de suma importância que a população faça a entrevista, atenda o pessoal do IBGE, para podermos o mais rápido possível ter o resultado. Tenho certeza que Corumbá cresceu, tanto em pessoas como o número de bairros, pois alguns não existiam dez anos atrás, como o Padre Ernesto Sassida. O censo vai acompanhar o crescimento e distribuição demográfica do munícipio”, destacou Iunes, que foi o primeiro a responder às perguntas em Corumbá.
No Censo 2022, são dois tipos de questionários. O ampliado ou da amostra com 77 perguntas e o questionário simplificado ou básico com 26 perguntas, que será aplicado em 89% dos domicílios. A intenção é permitir uma maior cobertura temática, sem sobrecarregar a operação.
Áreas distantes
Apesar do atraso de dois anos, Luana Saldivar disse que o período foi proveitoso para o planejamento do censo. “A gente teve atraso de dois anos, por duas questões, pandemia e financeiro, mas esse atraso foi benéfico para nos prepararmos da melhor forma possível”, destacou.
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense Os recenseadores estão devidamente identificados: usam coletes, crachás e possuem QR Code, para que o morador possa tirar dúvida
“A gente já está há mais de um ano traçando e planejando como vai ser feita a coleta nessas áreas, como a rural e o Pantanal, onde, nesta época, sofremos com as queimadas, um grande prejudicial para a gente acessar esses locais. Aqui na área urbana, a dificuldade é uma parte da população não responder ao levantamento. Cada recenseador foi orientado a ir à residência, pelo menos quatro vezes, após quatro idas em horários alternativos, retornamos novamente, com agentes supervisores, mas depois dessas idas e vindas, sem sucesso, vamos enviar uma carta ao morador informando que o IBGE esteve lá. Nela, constarão telefone de contato para que o morador ligue e responda às perguntas. Até mesmo os vizinhos poderão ser consultados informando quantos moradores vivem no local em caso de nenhum contato der certo”, explicou Luana.
A central telefônica exclusiva para o levantamento, o Centro de Apoio ao Censo (CAC), está disponível pelo número 0800 721 8181.
Povos indígenas
Além de pessoas com autismo e quilombolas, o censo demográfico em 2022, também investiga pela primeira vez os povos indígenas. De acordo com os técnicos do instituto, houve uma evolução na caracterização demográfica, étnica e linguística da população indígena, que gerou demandas por informações mais detalhadas sobre as comunidades tradicionais.
“Vamos saber como a população vive, as principais dificuldade na infraestrutura e a realidade de quilombolas e indígenas. Sabemos que existem, mas não sabemos a forma que eles vivem e dificuldades que eles encontram. Porém, é importante que todos possam estar respondendo o questionário, assim, poderemos saber o direcionamento a ser tomado e ver a realidade da região”, mencionou Gardy Alves Suarez, chefe de agência do IBGE de Corumbá.
O IBGE considera que quilombola ou indígena é a pessoa que assim se identifica. Por isso, tanto no questionário destinado aos povos indígenas, como aos quilombolas, a pergunta inicial será “Você se considera indígena?” ou “Você se considera quilombola?”. Se a resposta for positiva, o informante deverá responder ainda o nome de sua comunidade.
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